Houve um comentador que se insurgiu contra o meu artigo sobre os Virgem Suta. Defendia vivamente os Deolinda. Nunca se deve menosprezar o entusiasmo. Fui ver ao youtube, dar uma melhor oportunidade. Foi só para confirmar a minha ideia, infelismente.
Lá apanhei uma canção menos alegre: “Clandestino”. Parece mais uma imitação dos Madredeus, com um toque de Trovante. O resto é a tal banda-palhaço – óptima para crianças como diz a minha gémea. Custa-me a imaginar que os próprios Deolinda acreditem no seu projecto.
O fado quanto mais triste melhor. Já adorei o fado de Coimbra. Gostei muito de Amália, mas nada daquele fado alegre de Lisboa – parece meio pateta.
Nada mais deprimente do que fado alegre.
Será que é moda este formato de grupo? Uma mulher despeitada a cantar rodeada por 4 gajos com ar de manfios da night? Deolinda e Oquestrada, agradam-me mais estes ultimos.
Está a acontece demasiada imitação para o meu gosto. Há aqueles Peixe-avião que mais parecem os RadioHead porugueses, numa linha de vocalistas que cantam como se tivessem à beira do doce suicidio.
Há uma produção nacional que cria uma personagem que se vai apaixonar por um vampiro. Imitação evidente do que está a dar na cinemotagrafia americana: amores entre vampiros, mortais e lobisomens, como são os filmes Twilight (Crepusculo) e Underworld (a trilogia).
Bem, mas o cinema português imitar o estrangeiro já é coisa mais que antiga, bem como telenovelas nacionais imitarem as fórmulas de outras.
Há uns anos atrás, os Mexicanos resolveram adaptar “O Crime do Padre Amaro”. Era uma adaptação do antigo romance aos tempos de hoje, no México. Logo depois, não é que há um iluminado português que resolve filmar o “O Crime do Padre Amaro” adaptado aos dias de hoje, em Portugal?
Não há tempo a perder. Peguem é nas fórmulas ganhadoras.
De Ella pede autorização para entrar a 5 de Novembro de 2009 às 22:00
Não vou comentar o combate Virgem Suta vs Deolinda, porque não aprecio muito este(s) género(s) musical(ais). Apesar de ouvir melhor os primeiros que os segundos.
Quanto aos filmes versão "O crime do padre Amaro" já tenho algo a dizer.
A versão mexicana não é de grande qualidade.
A versão portuguesa, para além de ser melhor, ainda tem a Soraia Chaves e o Jorge Corrula como actores principais, o que, por si só, já dá um substâncial impacto visual. Positivo, entenda-se.
Nem vou falar de que o que é nacional é bom porque há casos flagrantes que provam o contrário.
Contudo, reconhecer o que temos de bom (menos ou mais), ainda que se trate de uma imitação...
É de certa forma, dar um pouco de cor ao cinzentismo que grassa há décadas neste país de sofredores e coitadinhos.
Além de que, este mundo é dos imitadores.
Existem em todo o lado, em todos os países.
Quando um raro, muito raro, iluminado, tem uma ideia nova, fantástica ou não, há sempre outros, melhor posicionados na vida, que ou o imitam ou se apropriam da ideia.
Acreditemos na bondade das pessoas e passamos a ver imitações, só e apenas.
Imitar não é mau.
O que está mal é quando se imita e se faz pior do que o que foi imitado.
De
antiego a 5 de Novembro de 2009 às 22:40
Gostei da resposta. Há aqui tb uma questão de gostos. Não conheço a versão Mexicana. Mas a versão Porguguesa parece-me: "Mostra as mamas da Soraia e é exito garantido".
Há imitação assumidda, eu sou contra a não assumida, a chamda de plágio
Mesmo na ssumida, mais vezes a versão é pior que o original. E quando a versão é bem melhor que o original, é tão bom que há criação, ou seja, parece um original.
De Ella já perdoada a 5 de Novembro de 2009 às 23:29
lol
Até eu que sou mulher, reconheço que a Soraia Chaves é boa como o caraças.
Mas o filme não se resume à boazona, embora seja uma parte substâncial do filme.
Se a Soraia fizesse filmes pornográficos - suponho que nunca fez - o filme não venderia tanto como este. Acho eu. rsrsrsrs
Comparando os dois filmes, têm os dois diferenças relativas ao livro do Eça. Penso que a versão portuguesa está muito melhor conseguida.
Este assunto faz-me ser audaz e propor um tema para um futuro post, caso interesse e nunca tenha sido abordado aqui.
Adaptações cinematográficas.
Eu prefiro ler o livro primeiro, sempre.
De todos os casos que conheço, só um ou dois faz justiça ao livro. Nos restantes casos o filme deixa sempre um travo amargo, revelando-se de qualidade inferior ao livro que lhe deu origem.
De
antiego a 6 de Novembro de 2009 às 00:00
Isso é um tema muito batido. Faço menção a isso no meu post "Grande Escritores, pessoas banais" quando falo da Isabel Allende, acho eu.
O filme que eu vi mais fiel ao livro é o "The Go-Between". Não é que tenha de ser fiel. É a tal versão.
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