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Será uma caracteristica portuguesa esta de nos mostrarmos perfeitos até perante os nosso amigos mais intimos? Bem, na verdade, para isto acontecer, antes de tudo, mostramo-nos perfeitos a nós próprios.
Nós somos seres humanos elevados, imunes a sentimentos mesquinhos. Não temos frustrações, não sentimos inveja, não temos preconceitos, não somos egoistas, somos maduros, sabemos agir.
Esta pefeição condiciona tudo. Não admitimos a nós próprios sentimentos mesquinhos, e estamos ávidos de os ver nos outros para os criticar à facalhada. Estamos sendentos dos defeitos do próximo. Perante isto, como podemos dar parte fraca? Nunca. Somos todos bons rapazes porque não falamos mal de nós a ninguém. E ai daquele que fale, pois na menor oportunidade isso será lhe devolvido, atirado à cara.
Uma auto-critica pública vai nos perseguir a vida inteira.
Blindamos a nossa consciência ao não admitirmos o nosso lado negro.
Um mundo ideal passa-se em algumas séries americanas, onde existem cenas inteligentes em que uma personagem dá voz a um sentimento inconfessável e de pronto é compreendido pelo interlocutor, e até reconfortado.
A Oprah faz um excelente trabalho no seu programa, ao falar abertamente e aceitar sentimentos menos filmicos das pessoas. Num deles ela levou lá muitas mães que confessavam que às vezes apeteciam-lhes atirar com o seu bébé pela janela fora, e coisas do género. Quem as vai condenar?
Aqui, no mundo real, dos fracos não reza a História.
Errar é humano e ver os erros dos outros é mais. Observar e Criticar á dentada as falhas dos outros é dos maiores deleites que um pensador pode ter. Mas este deleite não é um defeito que leve à crucificação.
Será que os outros povos aceitam melhor os defeitos humanos? Como o budismo é uma religião muito tolerante, imagino que os povos budistas sejam mais benevolentes e compreensivos.
Todos nós já tivemos estes sentimentos mesquinhos e é natural. Eu já senti inveja, tenho vários preconceitos, sou egoísta, imaturo em muitas situações, gosto muito de cortar na casaca dos outros, e da desgraça alheia. Todos nós já criticamos veementemente as mesquinhices dos outros sem nos aperceber-mos que nós sofremos das mesmas. Ou seja, todos nós já pergunta-mos se as pessoas não têm espelho em casa, quando nós próprios não nos apercebemos que nós não temos espelhos em casa ou eles são muito baços.
Não quero repetir a máxima “não julgues os outros para não seres julgado”. Variando a perspectiva: julga os outros, sim, mas julga-te a ti também e aceita que te julguem. Dá o beneficio da dúvida e perdoa-te do teu lado negro.
Acredito que a consciência é o meio da redenção. È com ela que posso evoluir, e aproximar-me do português justo.