Para dar resposta a milhares, incluindo esta bloguista que escreve:
<< Expliquem-me onde é que os homens (ou as mulheres, talvez também se aplique) aprenderam que falar sobre um assunto é mau, que se deve fingir que nada aconteceu e continuar a relação como se fosse do ponto 0? >>
Se juntarmos numa só pessoa o hábito de cismar, o gosto por falar (fala bem não olhes a quem), uma mente complexa, uma forte perspectiva egocêntrica, uma certa insatisfação crónica… neste caso, nada passará em branco. Tudo terá que ser forçosamente analisado até ao ínfimo pormenor.
Enquanto há assuntos que devem ser discutidos e sobretudo, clarificados, há outros que só servirão, no melhor dos casos, para exercitar os maxilares.
Há acontecimentos desagradáveis aos quais não se deve dar muita importância. Há assuntos que, falar sobre eles, só os podem piorar.
Os anglófonos têm uma expressão para esta ideia. Quando aparece um chatarrão a invocar um assunto desagradável, a reacção que poderá obter será:
- Don’t Rubit in!
Ou seja: não venhas com essa conversa de merda que só vais piorar as coisas ao trazer o assunto de volta.
Como a identidade do Português é a Saudade, o português adora chafurdar no passado, e por via fadista, quanto mais triste e traumático, melhor. O Português apega-se à idiotice da psicologia que dita que falar de experiências traumáticas é a melhor coisa para curar a nossa alma. O melhor amigo do português é o velhinho Freud.
Com mil Tretas, estudos mais recentes demonstram que as pessoas que melhor superam verdadeiros traumas foram aquelas que os recalcaram. Aquelas pessoas que tinham por hábito invocar os seus traumas, eram aquelas que mais sofriam com eles.
Ou seja, “O psicólogo é aquela pessoa a quem pagamos para falar de coisas que nós pagaríamos para esquecer”.
A questão é simples: vale a pena pensares nisso?
De
tresgues a 27 de Outubro de 2010 às 14:03
Gostei de saber das afirmações do penúltimo parágrafo e concordo com a teoria do segundo.
Mas... "dizem" que nem todos somos iguais.
E assim, os psicólogos sempre ganham algum.
Boas continuações...
De
Kowalski a 28 de Outubro de 2010 às 15:13
Eu penso que existe um momento certo para falar no trauma. Pode ser logo a seguir, pode ser dias, meses, anos depois. Mas ele existirá sempre. E nesse dia é dado um grande passo no processo de "cura".
De
antiego a 28 de Outubro de 2010 às 17:12
Acredito que sim, sobretudo se a própria pessoa sente genuinamente que lhe irá fazer bem.
No entanto acredito mais que as palavras sózinhas quase nada podem contra sentimentos. Acredito que a melhor maneira de ultrapassar uma má experiencia é experimentar boas.
De ana a 3 de Novembro de 2010 às 18:29
Assuntos que não vale mesmo a pena falar (e se é de relações entre homens/mulheres que falamos), mas não vale MESMO:
- a sogra (risca)
- dinheiro que nunca sobra até ao fim do mês (risca e culpa o PM)
- meias que cheiram a guaxini morto de 3 dias (risca)
- bancada da cozinha por limpar (risca)
- ...
tantos mas tantos que não vale mesmo a pena... cenas mínimas e básicas e às vezes nem tão básicas e triviais mas que não terão qualquer tipo de resolução/desfecho/luz por falarmos nelas...
De
antiego a 3 de Novembro de 2010 às 20:53
Chuf, ainda hoje esqueci-me de 5 euros de trocos numa maquina, apenas fui ao WC e quando voltei já lá não estavam. Eu sei que é feio chorar dinheiro e que pensar nisso não mos vai trazer de volta. Agarro-me apenas a este pensamento: vou-me penitenciar para que não volte a acontecer.
Engraçado que na educação (de miudos e graudos) eu tenho a técnica de massacrar um pouco com esse objectivo mesmo - para imprimir na memória de modo que não vole a acontecer. Toda a gente, eu inclusive, só aprendemos com fortes emoções. Acho muito bem que me chamem à atenção se eu tiver deixado a bancada por limpar e até façam caso disso quando há muita reincidencia.
Mesmo na estrada, prefiro que apitem quando estou a fazer alguma asneirada, para eu aprender.
De Ella a 1 de Dezembro de 2010 às 14:44
Os psicólogos que me desculpem: não acredito neles.
Eu sbstituo qualquer ida ao psicólogo por uma ou várias (de preferência muitas) conversas com amigos. Uma tarde ou uma noite com uma Amiga faz milagres. Sentimo-nos à vontade, podemos escolher o sítio de encontro, podemos mesmo fazer uma refeição durante a "sessão de tratamento", podemos dizer as meiores parvoíces e não pagar nada.
É lógico que tem que ser com Amigos como deve ser e não com os conhecidos que se fazem passar por bons amigos.
E, é também claro, que, em caso de problemas que não se resolvem com conversas, se deve recorrer a um profissional. Um Psiquiatra.
Pois é, aquela máxima de que os psiquiatras são médicos de malucos já era (até porque todos temos uma certa dose de loucura).
Eu não sou psiquiatra. rsrsrsrsrs
Posso estar enganada neste meu preconceito mas... há malucas para tudo. Mea culpa. lol
De
antiego a 2 de Dezembro de 2010 às 11:53
Pois, anda tanta gente a ser enganda com a história de chacha da psicologia... E acredito que até muitas melhorem, mas não vêm que não foram as sessões que curaram, mas tão somente o tempo.
Muitas pessoas não vêem que ir a um psicologo não é coisa possivel de matar a sede.
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