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“Os filósifos misticos definem como verdades dailogais a fé, a esperança e a caridade.
Com esperança no desenvolvimento do homem e acreditando no progresso comunitário, dizendo nós que são três as condições de verdade relacional: entusiasmo, confiança e amor.
Sem entusiasmo, é o vazio; sem confiança, o medo. Sem amor, a depressão. Ou seja: o deserto psicótico, o pãnico borderline e o abatimento depressivo.
Todavia, na origem das três verdades relacionais está o afecto positivo. Sem aposta afectiva do objecto não há entusiasmo no sujeito; sem persistência de afecto, confiança; sem repetido amor oblativo, alegria e esperança.
Então, na origem da dor mental – qualquer que ela seja – está a pobreza afectiva. A depressão – nas suas diversas formas – é, pois, a matriz da psicopatologia.
Na depressão precocíssima – por ausência de resposta emocional primária do objecto – instala-se a retirada psicótica. Assim como na (anterior ou contemporãnea) depressão falhada – por falta reiterada de resposta empática – se organiza a adaptação conformista da patologia alexítimica.
A depressão anaclítica resulta da perda precoce (antes do desenvolvimento da memória de evocação) do objecto de amor – com a consequente ansiedade de separação e vulnerabilidade aos ataques de pãnico.
A depressão introjectiva – ou depressão vera – surge na perda do amor objecto, após a organização da constãncia do objecto interno.
A distimia depressiva ou clássica “ depressão neurótica” revela inconsistência da narcisação da imagem sexuada. É a falha falo-narcísica que está em causa.
Portanto (e repetimo), a indigência afectiva é o lastro da patologia mental
Com ela, no entanto, outro processo e fenómenos psicopatológicos – para além da gama dos acontecimetos depressivos – se desenvolvem e emergem:
. O Sonho falhado: a ausência/insuficiência do sonho – projecto ou sonho-desejo, a queda da esperança redentora.
. Um dos processos compensatórios é a “Embriaguez maníaca – que gera novo e maior vazio.
- A revolta falhada – abortada, silenciada ou amordaçada – da -, sem desenvolvimento da revolução transformadora.
Uma das sequelas é a recursividade psicopática – a antissocialidade.
Mas a falta de amor não é só origem de doença – pessoal e social.
Mesmo quando a doença tem tem uma indicutível base biológica – ou económica – a disponibilidade e solicitude de cuidarores – educadores e gestores -, familiares, amigos, societários e comunidade em geral é essencial, não só para o alívio das dores, como para a melhoria de qualidade de vida e acelaramento da resolução dos males, diminuição dos riscos, evitamento de efeitos perversos dos tratamentos e redução de sequelas.
Quem está melhor pode aumentar o seu bem-estar auxiliando os que sofrem; não é um gasto, é um enriquecimento.
O animal alfa, na espécie humana, não está em posição de maior poder, mas de maior responsabilidade. Não está no topo da hierarquia para mandar mas para servir. O seu privilégio é o de poder de mais e amar melhor. Não o fazer, equivale: como técnico de saúde, a um comportamento filicída; como político, a genocídio.
A responsividade ou capacidade de responder a solicitações do paciente é uma competência do agente sanitário que deve ser treinada e dsenvolvida. A introjectabilidade ou qualidade de ser aceite e gostado pelo outro é uma mais valia pessoal relevante.
No papel de médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social ou qualquer outro técnico de cuidados de saúde é imprescindível ter como lema a precessão e primazia do investimento no paciente. O que quer dizer que a ligação do técnico ao doente deve preceder e ser superior à ligação do doente ao técnico.
A preocupação terapêutica primária pelo bem-estar do paciente corresponde ao mesmo desiderato. Todo o ambiente deve ser facilitador da cura. O ambiente – designadamente, o emocional – é também um remédio; com frequência, o mais importante – sobretudo na patologia mental
Nem só de medicamentos e psicoterapia o doente precisa! A pessoa do técnico é o melhor remédio; as mais das vezes, o médico vale mais por aquilo que é do que por aquilo que faz.
Criar um clima alegre – até lúdico – e de interesse para o paciente é tão importante como o rigor da técnica e da responsabilidade profissional.
A frase emblemática, que se espera ouvir e nos oriente é: “O meu terapeuta é/foi o meu melhor amigo”.
E porque “é a falar que a gente se entende”, saibamos usar o precioso dom que a natureza nos concedeu”
Prof. Dr. António Coimbra Matos
Artigo da revista Bipolar nº 24, da Associação de Apoio aos doentes Depressivos e Bipolares (ADEB)