Mitos, Modas, Clichés

“Uma pergunta ...

O Amor pergunta à amizade :

- Para que é que tu serves ?

A Amizade responde :

- Sirvo para limpar as lágrimas que Tu deixas caír
.”
Bonito. A amizade parece ser apenas um prémio de consolação. A amizade está sobrevalorizada nos dias de hoje. Está na moda as mulheres acharem que a amizade é o mais nobre dos sentimentos. Muitos nem sabem o que é, têm a ilusão. Dizem que a amizade é mais importante que o amor e outras balelas estúpidas. Como se iludem. Querem acreditar e mostrar que passam bem sem. Não querem casar, não estão numa de homens, etc.

O facto é que toda a gente precisa de ser amada. E a amizade sempre me pareceu uma ilusão na boca das outras pessoas. A amizade, uma espécie de amor menor. Ou subvertendo as palavras da Tina Turner: a amizade é um sentimento em segunda mão.

Tudo estava a correr bem na série House. Até que apareceu uma situação demasiado populista.

Chase e Cameron envolvem-se sexualmente. E este envolvimento evolui para um cliché. Fiquei desapontado. O cliché é: o Chase apaixona-se pela Cameron e quer algo mais. A Cameron ameaça acabar com a relação dizendo que só quer sexo.

Ó meus caros argumentistas, isto é um cliché para adolescentes.

 

Claro que uma situação destas é verosimel. Mas está mais que batida na ficção. E na realidade, ela acontece pouco frequentemente. Acontece mais vezes o contrário. A mulher ter, adoptar ou imitar comportamentos masculinos, parece estar um pouco na moda.

Ou uma mulher é naturalmente uma vaca (a Slut), ou esta representação saírá muito pouco natural.

 

Neste caso concreto da Cameron, eu diria até que é inverosimel. Porquê? Porque esta personagem não é uma slut. Ela é uma mulher carente que necessita de uma relação afectiva e estável. Além disso é uma mulher (realmente) sensivel e compassiva - nem lhe parece tocar o facto do Chase sentir algo por ela, vira-se fria e dura: ou sexo, ou nada.

É incorente esta personagem ter esta atitude. Os argumentistas, a troco de um enredo de telenovela, puseram em causa a coerência do seu trabalho.

 

Há uns meses vi na TV, um documentário sobre os gajos que põem anúncios nas página Relax dos jornais. Atenção, anúncios que dizem exlusivamente atender apenas mulheres.

 

Lembro-me que entrevistavam dois deles. Um era brasileiro e mostrava a cara. O que não mostrava a cara,  era um autêntico cavalheiro português. Ele era todo requintado. Um verdadeiro profisional que sabe lidar e satisfazer uma mulher. Acho que deve ter falado de clientes.

 

O engraçado é que enquanto as entrevistas decorriam, eles chegaram a receber chamadas.

O brasileiro falava da sua dura vida. Embora fosse heterossexual e o seu anúncio fosse para mulheres, só lhe apareciam homens. E ele, necessitado de dinheiro, lá fazia o sacrificio. Dizia que se tentava abstrair ao máximo, pensando noutras coisas. E, ía recebenmdo chamadas de… homens.

 

O Cavalheiro, falava com aquela voz ponderada de homem maduro, sobre o seu modo de vida. Dando a ideia de ter clientes. Este, recebeu, pelo menos uma chamada, durante a entrevista, e foi… de um homem.

 

Voltando à existência de um elefante branco para as mulheres, outros amigos meus acreditavam piamente que ele existe, dando como um dos argumentos a existência de anúncios Relax para mulheres. Ora bolas! O que tem a ver um coisa com a outra? Anúncios podem existir mil. Eu, você, podemos pôr um anúncio, é só pagar por ele. Até seria giro fazermos a experiência para ver as chamadas que receberiamos.

 

Eu até podia pôr um anúncioa para lésbicas, e depois?

Em 2003, aparece um colega no almoço, excitado a dar a boa nova: há um "elefante branco " para mulheres. E ele fica na rua Passos de Manuel (Estefãnia).

 

As pessoas acreditam naquilo que querem. E se a ideia é gira, nem a põem em causa.

Eu pús em causa e passei por ingénuo. O iluminado reafirmou o facto dizendo que ele soubera disto através de uma conversa com um amigo, que tinha estado lá, e a seu lado, na mesa de café, apresentou-lhe um profissional que trabalhava lá. Eu disse que o amigo dele só podia estar alucinado.

 

Mais tarde contei esta história a uma amiga. E esta amiga assegurou-me também que tal casa não só existia, como ela tinha uma amiga assídua frequentadora dela.

 

As pessoas acreditarão em tudo e até, e elas próprias acrescentarão um ponto.

 

Que me digam que existe uma casa com strips masculinos, ok. Que me digam que existem Escourt Services, ok. Que me digam que existem anúncios nas página relax dos jornais, para mulheres, é um facto. Agora, um elefante branco para mulheres... isso nem em Amesterdão (segundo um amigo meu holandês)

Por mais vezes que veja este filme, eles nunca acabam juntos. (pode ser que da próxima)