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Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 2010

A teoria do Divertimento

            Uma ideia muito gira, que podem ver no site The Fun Theory.

 

            A ideia é aliciar as pessoas a terem bons comportamentos, tornando esse comportamento divertido.

 

            Nos anos 70 os alunos eram levados a cumprir as suas tarefas sob a ameça de umas fortes réguadas. Resultaram muito bem comigo. Hoje em dia parece que os putos têm que ser premiados por tudo. Nada querem fazer senão tiver um retorno. O povo também é assim.

 

            Visitando o site repara-se que a ideia mais comum é premiar o bom comportamento com um simples sorteio. Compras um bilhete de transporte, habilitas-te a um sorteio, não excedes o limite de velocidade e habilitas-te a um sorteio do dinheiro das multas por excesso de velocidade.

 

            Seria uma questão de verificar se os resultados justificariam o custo dispendido com os incentivos.

            Se calhar é mais giro que eficaz.

 

            Para já a minha sugestão é esta: ponham relógios de parede em todo o lado, sobretudo nos lugares públicos.

Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2010

Humor levado a sério

            Hoje ouvia na Antena 3, no programa Linha Avançada, que Mourinho, treinador do Inter que vai jogar à casa do seu ex-clube, o Chelsea, referiu:

- Espero que a tradição valha alguma coisa, eu nunca perdi em Stanford Bridge.

            Stanford Bridge é o estádio do Chelsea. Ao que apresentador do programa comentou:

- Sim, mas, nunca perdeu… quando era lá treinador.

 

            Ora aí está, essa é que era a piada. Está uma piada muito bem metida e demonstra, mais uma vez, o enorme ego do Mourinho. Uma das coisas que resulta muito bem no sentido do humor é o humor egocêntrico. O Herman José usava-o até à exaustão. È quando na brincadeira dizemos que somos os maiores, os mais potentes, os mais inteligentes… deus é o limite. Já os Gato Fedorento usam o humor do ego, mas na forma depreciativa: nós não sabemos nada, isto vai ser um desastre, nós até nem temos piada nenhuma. É também um comportamento defensiva. A fofura do humor egocêntrico é remeter-nos para a infãncia, a sua candura e graça.

            A presunção não cai bem, mas na comédia, surte grande efeito.

 

            Eu gosto do programa Linha Avançada, do seu apresentador, tem graça. E este comentário nem é assim tão descabido. Serve para informar o ouvinte que Mourinho nunca perdeu sim naquele estádio, mas nunca como equipa adversária do Chelsea.

 

            No entanto fez-me lembrar quantas vezes eu digo uma piada e sou levado a sério. Faço um comentário jocoso, ao estilo de humor a que eu chamo Naive, e as pessoas respondem-me como se eu estivesse a falar a sério. Xiça. Faço uma pergunta irónica que não requer resposta (retórica), e voilá, respondem-me.

            Não vale o argumento de as pessoas não saberem se estou a falar a sério ou a brincar, é óbvio que falo a brincar e geralmente essas pessoas têm um grande sentido de humor.

            A minha explicação é apenas esta: essas pessoas adoram falar, falar, falar. Têm sempre que dizer qualquer coisa, seja o que fôr. E pronto, o mais fácil é o comentário sério.

           

            Certa vez estava no ginásio e vi uma mulher com um ar muito simático a usar o espaldar. Achei interessante e pedi-lhe indicações para fazer exercicios lá. Pendurei-me com os braços, esticando a coluna, e referi que este exercicio seria bom para crescer. Ao que ela me respondeu a sorrir:

- Ah, acho que na sua idade já não dá.

 

            De facto, eu já tinha mais de 30 anos. A única desculpa que eu arranjo para este tipo de comportamento insosso é o de esta gente ter uma ténue suspeita de que o palhaço estará mesmo a falar a sério. E daí dizem a verdade para não alimentar a sua ilusão, para o seu bem.

            Mas, mais uma vez, acham bem matar uma ilusão destas assim? Será que eu não iria descobrir por mim próprio que depois dos 30 é muito dificel de crescer?

            Isto é gente má, atrás de um sorriso angélico.


Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010

Blogosfera Desperdiçada

            Estou com uma imensa pena do desperdicio que é a blogosfera.

 

            Temos aqui um espaço único de sermos mais autênticos, mais nós próprios, mais humanos. Um espaço único para fazermos uma terapia à séria e assim evoluirmos.

 

            Tudo isto é deitado ao lixo. Ao contrário, isto torna-se um espaço de vaidade asquerosa, de alter-ego, de ainda mais falsidade do que aquela que usamos no dia-a-dia.

 

            A grande vantagem que eu via nos chats era aquele romantismo de primeiro conhecermos o interior da pessoa e só depois o exterior. Os chats têm aquele dom de nós podermo-nos mostrar mais como nós somos. Ao não sermos intimidados pela presença e pelo rosto da outra pesssoa, podiamos falar mais abertamente de nós próprios.

            Esse era o encanto dos chats. Começarmos a teclar com uma pessoa, e passados 3 minutos já estavamos a falar de um coisa tão intima que só contariamos a pessoa conhecida na vida real,  depois de conviver com ela meses, estar apaixonado ou com uma grande bebedeira.

 

            Ao escrevermos num blog sobre nós, podiamos ir mais fundo e escrevermos sobre o que realmente somos. Sobre as nossas coisa mais únicas, as mais inquietantes, aquilo que nos mói o juízo, os nossos pensamentos menos politicamente correctos.

 

            Mas não, encontramos aqui um espaço para nos engrandecermos ainda mais, para sermos ainda mais perfeitos como senão bastasse a perfeição que já demonstramos ao nosso circulo social.

            E alguém pode ser feliz a fingir? Claro, toda a gente pode ser feliz na ilusão.

 

            Como já disse aqui, eu próprio caí no pecado da vaidade e divulguei aos meus amigos que tinha um blog. Já não tenho tanta liberdade como teria.

            Ainda assim vou fazendo um esforço para descer debaixo do perfeito que eu sou.

Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2010

Português Perfeito

            Será uma caracteristica portuguesa esta de nos mostrarmos perfeitos até perante os nosso amigos mais intimos? Bem, na verdade, para isto acontecer, antes de tudo, mostramo-nos perfeitos a nós próprios.

            Nós somos seres humanos elevados, imunes a sentimentos mesquinhos. Não temos frustrações, não sentimos inveja, não temos preconceitos, não somos egoistas, somos maduros, sabemos agir.

            Esta pefeição condiciona tudo. Não admitimos a nós próprios sentimentos mesquinhos, e estamos ávidos de os ver nos outros para os criticar à facalhada. Estamos sendentos dos defeitos do próximo. Perante isto, como podemos dar parte fraca? Nunca. Somos todos bons rapazes porque não falamos mal de nós a ninguém. E ai daquele que fale, pois na menor oportunidade isso será lhe devolvido, atirado à cara.

            Uma auto-critica pública vai nos perseguir a vida inteira.

 

            Blindamos a nossa consciência ao não admitirmos o nosso lado negro.

 

            Um mundo ideal passa-se em algumas séries americanas, onde existem cenas inteligentes em que uma personagem dá voz a um sentimento inconfessável e de pronto é compreendido pelo interlocutor, e até reconfortado.

            A Oprah faz um excelente trabalho no seu programa, ao falar abertamente e aceitar sentimentos menos filmicos das pessoas. Num deles ela levou lá muitas mães que confessavam que às vezes apeteciam-lhes atirar com o seu bébé pela janela fora, e coisas do género. Quem as vai condenar?

 

            Aqui, no mundo real, dos fracos não reza a História.

 

            Errar é humano e ver os erros dos outros é mais. Observar e Criticar á dentada as falhas dos outros é dos maiores deleites que um pensador pode ter. Mas este deleite não é um defeito que leve à crucificação.

 

            Será que os outros povos aceitam melhor os defeitos humanos? Como o budismo é uma religião muito tolerante, imagino que os povos budistas sejam mais benevolentes e compreensivos.

 

            Todos nós já tivemos estes sentimentos mesquinhos e é natural. Eu já senti inveja, tenho vários preconceitos, sou egoísta, imaturo em muitas situações, gosto muito de cortar na casaca dos outros, e da desgraça alheia. Todos nós já criticamos veementemente as mesquinhices dos outros sem nos aperceber-mos que nós sofremos das mesmas. Ou seja, todos nós já pergunta-mos se as pessoas não têm espelho em casa, quando nós próprios não nos apercebemos que nós não temos espelhos em casa ou eles são muito baços.

 

            Não quero repetir a máxima “não julgues os outros para não seres julgado”. Variando a perspectiva: julga os outros, sim, mas julga-te a ti também e aceita que te julguem. Dá o beneficio da dúvida e perdoa-te do teu lado negro.

            Acredito que a consciência é o meio da redenção. È com ela que posso evoluir, e aproximar-me do português justo.

publicado por antiego às 11:08
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Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2010

Não Faço Ideia

            Devemos ter adoptado do inglês “I have no idea” ou “I haven’t the slightest idea”.

            Com o tempo tudo se refina, e as expressões cada vez são mais refinadas. Há não é doença maniaco-depressiva mas Bipolar, a ultima é que já não é seguro de vida mas sim seguro pessoal. Como se deve ter chamado quando surgiu, o seguro de vida? Seguro quando morreres?

 

            “Não faço ideia” é uma maneira muito mais elegante de dizer “Não sei”. Não sei demonstra ignorancia, e ninguém que fazer transparecer uma má imagem. Não fazer ideia é não só não admitir que se é ignorante, como ainda ataca o interlocutor insinuando que não sabe nem tem que saber aquela matéria, e quem o sabe deve ser freak. È como se respondesse:

- Foda-se! Ainda tens a lata de me perguntares isso? Como é que queres que eu saiba coisas assim? Acaso pensas que não tenho mais para fazer do que aprender inutilidades? Olha, não precisei de saber essas coisas para me safar e agora estar aqui à tua frente. Ó meu grande inútil, que além de tudo também não sabes o que me perguntas, vai mas é à internet. Desenmerda-te.

 

            Isto também é um “Sei lá”.

 

            O problema é que eu nunca assimlei esta expressão. Nunca a consegui adoptar, embora a achasse airosa.

            È que… eu faço sempre alguma ideia. E custa-me a crêr que as pessoas tenham assim tanta pouca imaginação. Quando alguém diz “não faço ideia”, eu penso sempre:

- Ora, claro que fazes. Deves estar é com preguiça. Pelo menos algum palpite darias. Tens é má vontade.

 

            Perguntei-me o que quiserem, em areas que eu desconheço completamente. Alguma ideia eu vou buscar à minha imaginação. Posso não saber nada de nada, mas faço ideia.

            Vou continuar com o meu ignorante “não sei”.

 

 

 

 

Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2010

Ajuda de Mãe

            Embora exista há já 18 anos, pouca gente conhece a IPSS (Instituição de Solidariedade Social) Ajuda de Mãe.

 

            Para quem precisa de uma empregada de limpeza, penso que pode contar com pessoas de confiança, que respondem perante uma instuição, com um custo de 5,50 € à hora (nos quais estão incluidos descontos para a segurança social), ao mesmo tempo que ajuda mães necessitadas.

 

 

http://www.ajudademae.com/

 

 

Ajuda em casa:

 

<< Empresa de Inserção que dá continuidade ao processo de Formação e Reinserção Social das mães, colocando-as em postos de trabalho relacionados com trabalho doméstico, tal como engomadoria, lavandaria, cozinha, limpeza de casas particulares ou de empresas, manutenção de limpeza de prédios, etc.
É uma parceria com o Centro de Emprego de Alcântara ao abrigo do programa do Mercado Social de Emprego.>>

 

http://www.ajudademae.com/projectos.php

 

21 382 78 50

93 986 62 30

 

publicado por antiego às 14:07
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Terça-feira, 9 de Fevereiro de 2010

Telemóveis

            Após 7 anos, adquiri um telemóvel novo. Há 7 anos comprei um telemóvel com os pontos da Optimus, baratucho e fixe. Logo me esqueci dele num Táxi e nunca mais o vi. Tive que comprar outro e cometi uma loucura: comprei um por cerca de 200 euros. Era de topo, aquele telemóvel gordalhaço da Nokia. Não me arrependi. Tinha uma agenda muito boa e era tudo o que eu queria. Naquela altura não era qualquer telemóvel que tinha uma boa agenda.

 

            Hoje comprei um telemóvel por 45 euros, com os pontos Optimus, e bem melhor que o outro de 200. Tem uma agenda boa e um cartão de 512Mb, o que dá jeito para quem tem filhos.

            Vi que há um pormenor que foi melhorado. As lembranças das agendas tinham uma picuice irritante. Marcava-se um alarme para uma hora, e ele tinha outra hora, a que o alarme toca, o que por omissão era 15 minutos antes. Ok, eu percebo a ideia. Quero estar às 18 no ginásio e quero que o alarme toque às 17:45h. Que palhaçada de preciosismo. Se eu quero um alarme, só quero saber da hora a que ele toca, o resto que aponte em qualquer lado, senão me lembrar. Ainda bem que perceberam isso.

 

            Tenho que registar que fui a uma loja Optimus que deve ser uma rara excepção de uma casa de comércio, onde os empregados ainda percebem sobre o que vendem. Não dava para experimentar os telemóveis, mas o empregado foi uma boa ajuda na escolha. Grande atendimento. Percebia do assunto, explicava bem as coisas e era uma simpatia. Dá gosto. É um Oásis no comércio. Com um país cheio de malucos por telemóveis, toda a gente deveria dar num especialista nestes aparelhos. Mas não. Embora o pessoal goste de maquinetas, de novas tecnologias, ninguém perde tempo a explorar os produtos que deve vender.

 

            Na loja da Optimus não deixam experimentar os telemóveis nem os trocam. Só na loja Nokia. Isto não faz muito sentido. De qualquer modo há uma situação que pouparia imenso trabalho a todos e facilissima de disponibilizar: porque é que os fabricantes de telemóveis não disponibilizam um simulador nos seus sites? Seria facilimo. O Software é o mesmo, bastava que em vez de ele se aplicar a um telemóvel fisico, se aplicaria a um telemóvel virtual. Apareceria a imagem do modelo telemóvel e o rato simularia o nosso dedo indicador.

            Aliás, a solução é tão óbvia que eu fui aos sites de vendas de telemóveis convencido dessa facilidade.

publicado por antiego às 16:38
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Segunda-feira, 8 de Fevereiro de 2010

Mimar ou não Mimar

            Quando me refiro a mimar, não me refiro a dar afecto ou afecto excessivo. Mimar uma criança é dar-lhe uma educação em que não há limites, não há castigos, até poder chegar ao ponto em que até as suas asneiras podem ser correspondidas com festinhas.

            Conheci o caso de um homem muito macho do norte que primeiro teve uma filha, e depois lá teve o seu filho barão. Regra nº1 – ninguém podia deitar a mão ao miúdo. Eu acho que isto é meio caminho andado para fazer um macho dos melhores.

            A sua irmã resumiu bem o efeito, 35 anos depois:

- Ninguém lhe pôs a mão, e agora ele põe a mão em toda a gente.

            Os pais ganharam um autêntico terrorista em sua própria casa.

 

            Encher um filho de mimos? Sim, quantos mais melhor. Mas enchê-lo de regras também.

 

 

            Pode-se ver na Wikipédia, que o meu actual actor cómico favorito, o Robert Webb, foi altamente mimado quando era criança. Como a expressão em inglês é “Hugely Spoilt”, eu penso que eles se estão a referir ao meu conceito de mimar. Por outro lado espero que o mimanço não tenha sido ilimitado, como o 1º caso que referi.

            E eu logo pensei, se um alto mimanço produz um actor cómico fabuloso, mimar não pode ser assim uma coisa tão má.

            O gajo foi tão bem tratado e acarinhado, que a sua boa disposição permaneceu até à idade adulta. O gajo ganhou reservas de afecto para uma vida inteira. Ou será que este talento é puramente genético? Será que ele a cada a asneira que fazia, desarmava as pessoas com a sua graça e toda a gente perdia a coragem de lhe bater, desfazendo-se em riso?

 

            Quando tinha 11 anos entrei num campeonato de futebol de mesa. Não tinha jeito nenhum para aquilo. Mas o meu amigo era candidato ao pódio, os únicos que davam direito a uma taça. O campeonato era organizado pelo pai dele. Quando ele chegou à discussão pelo 3º e 4º lugar, perdeu o jogo. Desatou num pranto de choro. Estava inconsolável.

            O pai arranjou maneira de arranjar uma taça para o 4º lugar. Ele ficou todo contente. E a taça do 4º lugar até era muito melhor que a taça do terceiro.

            Eu achei aquilo uma palhaçada monumental. Além disso, já com aquela idade, eu no lugar dele não tiraria satisfação nenhuma. Preferia ter ficado em 3º lugar e não ter qualquer prémio.

            Aliás, eu nunca tive prémios alguns. Comentário do meu pai quando viu os meus 5 cincos, 2 quatros e 2 três do primeiro ano do ciclo, com um ar muito sério:

- Tens que melhorar a português.

            (pronto, já sabem porque dou tantos erros ortográficos).

            Eu nem fiz caso. Eu estava satisfeito era de ter tirado aquela fartura de cincos. A propósito, esse meu amigo reprovou com 4 negas.

 

            Ainda hoje estou para saber qual o resultado destas 2 educações antagónicas. De um lado, eu não recebia nada, era um excelente aluno, completamente independente, hiper-responsável, e a mim só me parecia que eu apenas estava a cumprir com a minha obrigação. Também não recebia muita atenção. Uma vez até foi a mãe do meu amigo que fez um aturado curativo a várias feridas que eu tinha na cara, feitas num jogo de futebol. Eu já há uns bons dias com visiveis feridas na cara, coisa que passou despercebida à minha mãe, que tinha mais 6 filhos. A mãe do meu amigo pegou em mim, e tratou das feridas.

 

            Qual o resultado? Aos 16 anos o meu amigo era bem mais maduro do que eu. Era mais desenvolto socialmente, mais espertalhaço. Mimanço, a este nivel, não torna as pessoas infantis. E as coisas esbatem-se com o tempo.

            Ele era um mau-carácter, eu era um gajo mais sensivel. Se calhar a falta de atenção torna as crianças mais sensiveis.

            Ele era mais feliz.

 

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