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Eu já andava com ideias de boicotar a BP, por estas razões:
Depois de ver um programa na TV sobre a Biografia da BP, fiquei convencido: nunca mais abasteço na BP.
A BP é recorrente no bruto corte de despesas pondo em risco os seus trabalhadores. Na refinaria do Texas morria um empregado de 18 em 18 meses. Há pouco tempo morreram dezenas deles num acidente grave. Acordos monetários com os acidentados, para os calarem.
Parece que preferem pôr em risco vidas humanas e pagar indemnizações a gastar algum dinheirinho em segurança.
Podemos não mudar o mundo sozinhos, mas podemos ajudar a não o piorar.
A GALP acaba por ficar mais barata que a BP se usarmos os recibos de desconto no Continente e usarmos os do Continente para os 5 cêntimos de desconto na GALP.
Os jovens devem passar por uma fase idealista. Têm que haver valores que não o de safarmo-nos. Numa fase mais adiantada podemos ensinar que sozinhos não vamos mudar o mundo mas podemos ajudar. É como o voto de umas eleições.
Já recebi 2 vezes um e-mail a propor uma estratégia para forçar a descida dos preços dos combustíveis em Portugal. Boicote às bombas da GALP e BP. Por acaso já tinha pensado nisso. Mas o meu plano era menos ambicioso: boicote só à BP:
E dizia esse mail: este verão não vamos ás bombas da GALP e BP!
Deixem-me rir. Então recebo o mail no principo de Janeiro e falam-me em levar a cabo este plano no verão! Meio ano depois! Mas porquê no verão? Porque agora está a chover muito? Porque no verão temos mais vagar para escolher as bombas onde queremos abastecer?
Hmmmm, isto a começar assim cheira-me que não vamos ter sucesso.
Será que o povo português seria capaz de uma acção concertada destas? Não, o povo português quer-se safar. Mas também, quem tem mais dinheiro, pode-se dar ao luxo de ter mais princípios.
Safar é um verbo feio que eu também uso, fruto de o ter ouvido tantas vezes.
Há uns bons anos o Herman José a entrevistava um politico português de nomeada. Perguntou-lhe como lhe correu a vida com as mulheres quando era jovem. O político respondeu-lhe que se safava. Ora, não há contexto mais reles e vil para o verbo Safar do que o da vida romântica ou sexual. O preocupante é que isto é uma amostra sobre o nível dos nossos políticos. E então como está a governar a sua vida no governo? Está-se a safar bem?
Safarmo-nos faz parte da Filosofia de vida do português. Dá a impressão que o que interessa é safarmo-nos, não interessa como, e que se lixe tudo o resto.
A única graça que isto poderia ter seria no contexto de um filme para adultos, histórias de um mundo ideal e feliz, onde toda a gente se safa.
Passou uma reportagem na televisão sobre um crime passional no qual um homem esfaqueou, em praça pública, a sua ex-companheira com múltiplos golpes.
No inicio da entrevista ao homem:
- Foi planeado?
- Se tivesse sido planeado teria sido feito de outra forma (…)
Quando um gajo responde assim, nem precisa de haver contexto algum. Ainda não tinha visto a reportagem toda, ainda não tinha ouvido o homem a falar, mas basta uma resposta destas para estar na cara – é claro que foi planeado. Se o gajo fala em planeamento é porque lhe ocorreu tal coisa. Se ele põe a hipótese de um planeamento, é porque pensou nisso. Esta resposta chega a ser anedótica. O gajo devia ter o plano A: assassínio planeado. Plano B: Assassínio não planeado. O gajo acabou por levar a cabo o plano B, daí poder dizer com tanta propriedade que teria sido feito de outra maneira se fosse pelo plano A. Via-se que o gajo sabia do que estava a falar.
Vendo o resto da entrevista e o resto da reportagem, ficamos ainda com mais certeza do crime que cometeu, como e das suas motivações. É já todo o contexto. Ele vai se esquivando ás mais graves acusações, declara-se arrependido. Não convence, e ao lado dos factos, palavras e argumentos infantis, está o seu tom de voz deslavado e a sua atitude. Tudo conta para o quadro completo.
O Homem aparece na entrevista meio na sombra meio no sol e com a voz distorcida. Dá para ver a sua compleição física e adivinhar a sua fisionomia facial.
Numa situação destas, de suposto arrependimento sincero, não me parece sincero uma pessoa aparecer com a voz distorcida. Não tenho problemas em ele estar atrás de um biombo e não mostrar um centímetro quadrado do seu corpo. Mas agora ocultar a voz… a voz é a alma.
Hoje de manhã ouvi do debate TSF um senhor a afirmar que os cortes salariais são irracionais. Estava à espera que ele falasse do rendimento per capita, e assim o fez.
Algo que eu já tinha pensado. E pensei porque me toca a mim. Se eu fosse solteiro talvez nem pensasse neste assunto.
Pensemos em duas situações:
1 – Homem solteiro ganha 1700 € e sofrerá um corte de 3,5%.
2 – Agregado familiar de 6 pessoas ganha 5100 € e sofrerá um corte de 10% (o máximo).
Já não somos crianças para ver as coisas em absoluto. As coisas vêem-se em termos relativos. O homem tinha um rendimento per capita de 1700€, a família tem um rendimento per capita de 850 €. Ou seja, cada elemento da família ganha metade do que o homem ganha e vai levar um corte que é o triplo do que homem.
Os valores dos rendimentos que falo são em bruto. A família, em rendimento bruto absoluto ganha o triplo do homem. Mas em rendimento liquido ganha menos do triplo. Isto porque o seu escalão de IRS é maior. Mais uma vez, também no IRS não há a noção de rendimento per capita. Há o coeficiente conjugal, seria mais justo haver o coeficiente familiar como há na França.
Como se não bastasse, esta família há meses atrás recebia abono de família, no 5º escalão. Agora cortaram-lhe o abono de família. Um crime social como uma vez vi escrito.
Por estas e por outras é que este governo é acusado de ser o que mais atacou a família em Portugal.
Já tínhamos das mais baixas natalidades da Europa. Como será a população Portuguesa daqui a 40 anos? Bem, os poucos jovens que vão haver, penso que estarão mais habituados a poupar.
Recebi um e-mail que propunha toda a tente fazer boicote á GALP e à BP, no próximo verão, para forçar os preços dos combustíveis a baixarem. Já tinha pensado nisso, mas um projecto menos ambicioso no qual a visada era apenas a GALP.
É muito giro o povo unido, mas é impraticável. O que achei mais piada na mensagem foi o se começar no verão. Fosca-se, porquê no verão? Já daí se vê o quanto esta campanha é para ser levada a sério. Porque não começar já? Porque vamos apanhar mais chuva?
O Aumento do IVA será, em parte, não suportado pelo consumidor final. Se os preços de bens não tão essenciais, sobem, a procura desce. Se a procura desce ou se baixa a produção ou se baixa o preço base (antes do imposto). Entretanto deve haver muito produtor que ainda não redimensionou a produção e tem que escoar os artigos - vão ser ver forçados a baixar os preços. Será que este ano vamos assistir a um festival de promoções? Bem, pelo menos neste inicio estamos a assistir. Temos que estar atentos.
Será que já passaram pelo mesmo? Acho que eu agora faço o famoso "ler na diagonal" do Marcelo Rebelo de Sousa.
È a vida a correr. Passo os pormenores à frente para tentar extraír o sumo, a ideia principal.
LOL, um livro? Deiem-me o filme? Já nem o filme, deiem-me o "best of" do filme. Ou um livro dos melhores aforismos do mundo.
Com estas novas tecnologias é ver só programas da TV gravados e fazer fast-foward quando aparece um parte mais chata (já para não referir os intervalos. Não há tempo.
LPs e LPs de musica. Chiça! Onde está a minha selecção de 4GB de melodias sublimes dos 1000 Tb de musicas que ouvi durante a vida inteira?
No entanto, suspeito que mais que uma questão de tempo é uma questão de paciência. Até porque sou gajo para durante 20 minutos fazer absolutamente nada e pensar em absolutamente nada e achar que isso foi tempo mais que bem empregue. Afinal, eu tenho-me feito boa companhia.
Também não é que eu considere que a vida é curte, pelo contrário, eu acho a vida longuissima. Repito que cada ano meu parece uma vida inteira só por si.
Se calhar cansei-me do lixo e cada vez estou mais exigente.