Na série “o sexo e a cidade”, a Carrie conhece o homem perfeito, o Aiden. O gesto certo, a palavra certa, o comportamento ideal. Atencioso, bonito, alto, querido, etc. Nem lhe consegue encontrar um defeito. Isso intriga-a bastante. Deve haver um defeito, embora não o consiga encontrar por mais que tente. Até lhe chega a perguntar:
- Qual o teu defeito, qual a tua falha?
E ele sorri.
A Carrie tem o homem da sua vida: o Mr. Big. Uma paixão assolapada por um homem que lhe dá para trás, não a trata assim tão bem, o que a faz ficar pelo beicinho por ele. Eu sempre a perguntar-me, como é que uma gaja é capaz de estar anos apaixonada por um homem que a trata por “baby” e “kid”! Só deve ser uma gaja sem amor próprio, mesmo.
Vai daí que, enquanto namorava com o homem perfeito, ela vai para a cama com o super-charmoso Big. No meio desta cena toda, o Aiden demonstra-lhe que tem confiança nela. Ah, ah! A voz-off surge:
- O defeito do Aiden era confiar demasiado em mim.
Ora p* que p*! Como é que o defeito de um gajo, em termos romãnticos, que as mulheres apreciam, pode ser ter confiança na namorada! Pensei que era qualidade, agora é defeito. Pois bem, mais valia chama-lo de tótó (que foi o que fez, por outras palavras).
Com problemas de consciência, a Carrie acaba por contar ao Aiden, da sua traição. O Aiden fica desvastado, diz-lhe que não será capaz de ultrapassar esse facto, e vira costas. A relação acaba. E diz ela, brilhantemente no fim do episódio, voltanto para o seio das suas 3 grandes amigas:
- Ao menos ainda tenho 3 pessoas que me amam incondicionalmente.
Concorrência desleal. Ora bem, será que um homem perfeito ama incondicionalmente? Por mais cornos que lhe ponham? Será que se a Carrie pusesse os cornos às 3 amigas com os 3 namorados, elas continuariam a a vê-la com os mesmos olhos? Saberá a Carrie se o Aiden não a continuou a amar? Ou acabar com uma relação significa não gostar mais dessa pessoa?
Esta Carrie é estúpida até dizer chega. E está a fazer escola.
De
Rosa a 21 de Janeiro de 2008 às 19:33
Calma. É só um cliché.
Mas há uma coisa em que eu acredito, se extrapolarmos, de facto, para a vida real: a Carrie jamais seria capaz de dormir com os namorados das amigas. Porque, neste caso, o amor incondicional é recíproco :)
De
antiego a 22 de Janeiro de 2008 às 15:02
Isso é uma lógica retorcida. Amor incondicional não é sobre o que eramos capazes ou não de fazer, mas sobre como reagiriamos ao que o outro seria capaz de fazer.
Já agora eu diria:
- Sou incapaz de de traír. Vou-te respeitar, tratar bem e mimar sempre. Serei teu amigo para o resto da vida.
- Ai é? Então amo-te incondicionalmente.
De Maaf a 24 de Janeiro de 2008 às 09:32
Tu és mesmo lixado!!!!
Claro que ela pode "amar" durante anos o Mr. Big que lhe dá com os pés, precisamente pq ele lhe dá com os pés... o que o torna proibido, dificil e tão apetecivel (como tudo na vida). O Aiden? Tadinho!!! Nâo merecia, é claro que não deixou logo de gostar dela... Amor incondicional? Isso só existe entre pais e filhos... Se ele a amasse incondicionalmente seria o "corno manso"!!!
De
antiego a 24 de Janeiro de 2008 às 10:45
E sabes se o Aiden não a amou sempre incondiconalmente? Uma coisa é amar, outra é aceitar um infedilidade (ou não). Esse também foi o erro em que a Carry caiu, confundiu as duas coisas.
Não acedito em Provas de amor.
De Maaf a 24 de Janeiro de 2008 às 14:35
O que eu acho é que ela não mereceu o Aiden!
De
marta a 24 de Janeiro de 2008 às 15:41
Há mulheres que adoram dominar sem nunca querer dominar!
São essas as que gostam dos Mr. Bigs!
São os homens que as desafiam, que dão luta, estímulo porque nunca se deixarem dominar!
O Aiden nunca foi um desafio!
De
antiego a 24 de Janeiro de 2008 às 16:48
Nunca vi o Aiden como um gajo que se deixasse dominar. Era apenas um homem que tratava bem a Carry e era muito compreensivo.
EU acho é que há mulheres que adoram viver paixões assolapadas. O final de "o sexo e a cidade é irreal". Na vida real, a Carry e o Big nunca se casariam.
O Aiden não foi um desafio porque nunca a rejeitou.
Se a Carry preferia um gajo que a tratava partenal e arrogantemente por "baby" e "Kid", com aquele tom de voz e aquele olhar... "quanto mais me bates...".
Há outras mulheres que são o "contrário". Gostam de homens com low-profile (o Aiden não era nada low-profile).
De
marta a 24 de Janeiro de 2008 às 19:23
Enganaste!
O Aiden não era um desafio exactamente por não rejeitar a Carrie! Eles passam a ser desafios quando o fazem, porque depois entra o gostinho de os dominar e consquistar quem rejeita!
Mas tu não sabes que há mulhres que adoram a palavra não?
De
antiego a 25 de Janeiro de 2008 às 00:02
Mas eu disse precisamente o que estás a dizer, ora lâ lá outra vez. Eu disse que o Aiden não foi um desafio para a Caary porque ele não a rejeitou. Claro que há mulheres que adoram ser rejeitadas e perder. Mas não sexualizes demais. Também os homens gostam disso. É humano. Como tantas outras coisas.
Dá-se valor as coisas quando as perdemos ou não as temos. Isto é bem humano. Não devia ser assim.
De
sextrip a 26 de Janeiro de 2008 às 01:30
se há quem defenda que a incoerência é uma virtude... não tens garantias de rigorosamente nada com essa pessoa !
quando o percebes (e se não consegues viver com isso) o melhor a fazer é afastares-te dessa pessoa.
pessoalmente, não gosto de pessoas incoerentes... a incoerência, para mim, é um dos piores defeitos e não conseguiria viver com uma pessoa assim.
já passei por diversas situações desse género e... viro costas, vou embora.
gosto muito de Oscar Wilde mas nunca partilhei da sua ideia acerca das pessoas coerentes serem aborrecidas.
achei curiosa uma observação da Maaf:
"se ele amasse incondicionalmente seria corno manso"
(acho que foi isto...)
até "amar incondicionalmente" tem um limite !
eu sei ! já fui corno manso.
só que... nunca mais !
ser-se corno manso, é-se uma vez !!! é dar à outra pessoa uma noção clara do quanto se a ama, mas também, mostrar-lhe o quanto temos a alma ferida.
e se a outra pessoa nos torna a fazer corno manso... não nos ama ! não dá qualquer valor àquilo que tem e que lhe devotam, é vil, não presta.
e sim... é incoerente.
De
antiego a 28 de Janeiro de 2008 às 11:31
Tenho como certo que quando Oscar Wilde falava dessas pessoas incoerentes, referia-se a pessoas que não evoluem. Pessoas que, ao longo do tempo, se mantêm com as mesmas ideias, atacanhadas.
Acho também que a palavra incoerente é infeliz para definir esta qualidade. Não sei qual será a palavra original em inglês.
Para mim a incoerência não é uma pessoa não evoluir (o que é um sinal de ser enfadonha), mas uma pessoa que não coerente num dado momento (e não ao longo do tempo). Isto costuma se revelar mais na distância que vai das palavras de uma pessoa aos seus actos, ou ao que realmente sente.
Claro que uma pessoa incoerente para mim, é um alguém deprezivel.
De
antiego a 28 de Janeiro de 2008 às 11:34
Eu acho que amar incondicionalmente é digno de admiração e de compaixão (se a pessoa sofre, o que acontecerá a maior parte das vezes).
Não é nada bonito para quem o sente.
Como não será edificante porque, lá está, quem o faz, tenderá a fazer muitas figuras tristes e a não ser respeitado.
De
antiego a 28 de Janeiro de 2008 às 11:35
Quem reduz uma pessoa que ama incondicionalemte a um corno manso, não tem coração, tss tss
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