Nunca tive pena das pessoas que são abusadas numa relação, sendo independentes da sua companhia/companheira.
A incapacidade em avaliar as pessoas, a incapacidade em escolher uma companheira de boa indole (de jeito) é para mim um erro pouco perdoável, quanto mais manter essa pessoa.
Mais que ser vitima da companheira, uma pessoa é vitima das suas ilusões, é vitima de si própria. Se o problema fosse o mercado ter pouca oferta... Anda por aí tanta alma boa à espera de uma oportunidade para amar... e estas coitadas parecem escolher sempre os mesmos burgessos. Deve ser o encanto do diabo. Depois não me venham com lamúrias. Algo me diz, com certeza absoluta, que, em muitos casos, o resultado era o que realmente desejavam (sem as próprias o saberem, quanto mais admitirem, chocadas com essa hipótese – sei lá, leiam Freud e essas tretas do inconsciente).
Ai que eu dei tudo e ele não deu nada. Anda por aí tanta gente cuja uma das principais qualidades é ser genuninamente prestável.
Não fui eu que inventei Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és.
Se tens uma familia do pior que até te envergonha, não há nada a fazer, já se diz que não escolhemos a familia. É perfeitamente aceitável que te lamentes da tua familia.
Mas agora, tens absoluta responsabilidade nas pessoas que escolhes. E escolher a pessoa que vai para a tua cama não é o mesmo que escolher a pessoa ou as pessoas que vão contigo ao cinema, uma vez.
A isso chama-se: não ter capacidade de selecção.
Uma pessoa vir-me dizer que não tem sorte nos homens da sua vida, é precisamente equivalente a me dizer:
- Sou uma estúpida, não sou capaz de escolher aquilo em que as pessoas deviam ser melhores a escolher: pessoas.
Numa comparação economica, seria o mesmo que eu dizer que me saiu o euromilhões 4 vezes e nas quatro vezes eu gastei a fortuna toda no casino: ai, não tenho sorte nenhuma.
Alguém te violou? Não? Ó, parece que… só…. abusaram do teu amor e credulidade. Azar, you should have known better.
De Maaf a 3 de Dezembro de 2008 às 17:59
És tão mau! Já te passou pela cabeça que às vezes não amamos o que nos é mais conveniente?!?!
De
antiego a 3 de Dezembro de 2008 às 18:02
Também já amei o que não é mais conveniente. Tótó.
De Maaf a 4 de Dezembro de 2008 às 15:23
Então já devias saber que há coisas que simplesmente não se escolhem!
De
antiego a 4 de Dezembro de 2008 às 16:31
Mas educam-se.
De
ónix a 8 de Dezembro de 2008 às 00:11
Fantástico e escrito com humor qb..
De
antiego a 8 de Dezembro de 2008 às 19:21
Obrigado. Eu até acho que ficou um bocado duro e exagerado. È para sacudir as consciências :-)
De Just me a 25 de Maio de 2009 às 01:40
Este texto está simplesmente brutal, muita verdade dita em tão pouca palavra. Quando estava a ler até pensei que tivesse sido eu a escrever.
Obviamente que não se pode levar à letra tudo o que escreveste especialmente na parte dos abusos. O abuso físico perante um ser mais frágil e incapacitado( seja a nível mental ou físico é sempre de lamentar). Nem toda a gente tem a capacidade para se fazer prevalecer perante a outra, é triste mas existe pessoas com fraca personalidade, que toda a sua vida foram habituadas a ouvirem e calar, isto também por culpa da educação que tiveram. Mas sim concordo contigo quando dizes que em relações em que as pessoas acabam por sair desiludidas com a outra parte é maioritariamente culpa delas mesmas, devido á falta de capacidade para analisar quem está á sua frente. As pessoas partem para as relações sem se conhecerem e obviamente depois acabam por se dar mal, e acabam por perder a confiança nos outros.
De
antiego a 25 de Maio de 2009 às 03:31
Obrigado, ainda bem que gostaste. Sim, é preciso ver que eu sou um bocado duro com estas coisas. Lá está, é para espicaçar.
De Ella a 28 de Novembro de 2009 às 18:04
Começo por dizer que, uma vez mais, gostei muito do que li. Este post é muito bom.
Agora o comentário:
Namorar com burgessos(as) acontece às/aos melhores.
É natural.
Só namorando se descobre se a pessoa é realmente interessante ou se, pelo contrário, é um(a) anomalia da natureza.
Isto não se aplica aqueles que logo à primeira vista são burgessos, claro.
Aqueles que sofrem dessa doença atrofiante e incapacitente de bem avaliar as pessoas não estarão, elas próprias, incluídas no grupo dos burgessos?
A meu ver, o probelema não é tanto namorar com um burgesso, mas sim demorar demasiado tempo e descobrir que a pessoa com quem se está o é.
Neste caso o ditado que diz "a porta da rua é a serventia da casa" deverá ser aplicado com rapidez.
Para aqueles e aquelas que só descobrem isso depois do compromisso "até que a morte nos separe" assumido, há uma "inovação" - chamo-lhe inovação porque não sai de moda e representa uma melhoria substâncial da qualidade de vida - a que legalmente chamamos Divórcio.
É por estas e por outras que não acredito no casamento.
Da mesma forma que namoramos à experiência também deviamos poder "casar-à-experiência", isto é, juntar ou viver junto, e só depois, caso a situação o justifique e os valores pessoais também, casar de papel passado. Pela Igreja ou não.
Abaixo os burgessos camuflados.
De
antiego a 29 de Novembro de 2009 às 00:28
Acreditas no casamento se houver periodo experimental.
De micadudu a 31 de Janeiro de 2010 às 23:39
Brutal....mesmo brutal....devia ser lido por todas as pessoas...assim alguns abriam os olhos.
Pena que estes textos fantásticos não chegam aos olhos de todos!
De
antiego a 1 de Fevereiro de 2010 às 11:05
Muito Obrigado pelos rasgados elogios.
Brutal... se calhar fui um bocado brutinho. Mas tem que ser bruto de outra maneira não causa impacto. Para espicaçar temos que extremar até.
Pessoalmente posso desculpar uma pessoa carente por se agarrar um burgesso (ou burgessa). Mas mesmo assim... deve estar consciente.
De mar a 26 de Abril de 2010 às 12:19
O problema é que a maior parte das pessoas não vem com etiqueta, não são produtos. Leva tempo a conhecer os outros, e a interpreta-los. Cada pessoa tem a sua gramática. E às vezes o que as pessoas defendem não é o que praticam , e nem percebem sequer as suas contradições.
Sejam mulheres ou homens.
De
antiego a 26 de Abril de 2010 às 17:05
Tens razão, as pessoas não praticam o que defendem. Este artigo que escrevi é extremista. Claro que quem calhou de namorar com uma besta não merece ser linchado/a. Mas queria fazer notar que está um bocado longe de ser só azar.
Mais desculpo uma situação dessas se teve a ver com uma carência patológica.
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