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Há uns tempos deu-me para rever alguns filmes que vi quando eu tinha 20 e poucos anos. Um exemplo: vi os filmes Brain Dead e Bad Taste, tinha uns 24 anos. Parti a carola a rir. Aquilo eram gargalhadas do 1º ao ultimo minuto.
Passados mais de 10 anos, qual não foi o meu espanto que não achei piada nenhuma ao Bad Taste? Está certo que uma anedota contada pela segunda vez já perde montes de piada, mas eu nem me lembrava bem do filme. Não, já não tenho aquele sentido de humor.
Quando era adolescente deu-nos para ver o “Passado Inesquecivel”. Filme indiano dos anos 70 que detinha e ainda deve deter o recorde de semanas seguidas em exibição na cidade do Porto. Disseram-me que esteve em exibição 52 semanas, ou seja, um ano. Devo ter visto o filme com uns 6 anos. Foi mesmo inesquecivel. Ainda hoje consigo recordar a melodia dos 3 irmãos. Esse filme estava no meu imaginário, na minha fantasia. E eu tinha que estragar tudo ao revê-lo. Achamos o filme uma palhaçada. Devia ter servido para aprender que não se devem rever filmes que nos encantaram noutra idade. Para mim, é uma verdade mais que certa:“não regresses ao lugar aonde foste feliz.
Tal como toda a gente, fiquei a adorar a cidade onde tirei o meu curso. Foram anos em cheio, aqueles anos todos foram alucinantes.
Após 2 anos de ter terminado o curso, trabalhei com uma colega da mesma unviersidade que também havia findado o curso na mesma altura. Ela falava dos tempos da universidade com grande saudade, como os tempos melhores da sua vida que não mais voltariam. Achei-a uma grande neurótica. Muito provavelmente eu devo ter saído 10 vezes mais que ela e devo ter conhecido 10 vezes mais pessoas que ela, e ainda assim não sentia essa da felicidade perdida. Ou seja, ela foi uma choca durante os tempos da academia, e continuava uma choca.
Mas mantive-me sempre ligado à cidade do meu coração. Mantendo lá amigos que ainda ficaram a estudar ou a viver. Até me fiz sócio dos antigos estudantes da universidade. Entretanto, fui-me desligando.
Há pouco tempo foi criado um grupo social, na internet, de antigos estudantes da universidade. Enviaram-me o convite e o link e eu inscrevi-me logo.
Foi fixe, encontrei um amigo de quem tinha perdido o contacto e andava à procura dele há anos. Vi montes de gente a regozijar-se com a iniciativa, contentes de encontrar caras perdidas, certamente satisfeitos de reviverem aqueles velhos tempos. Já diz o great Vitor Espadinha: Recordar é viver.
Para minha surpresa um sentimento assolou-me: achei aquilo tudo deprimente. Eu que achava que era um grande português, com alma de saudade e discipulo do fado, achei aquela cena de festejar o passado uma cena muito depressiva e até desesperada. Olhar para o passado parece como olhar para uma coisa escura, talvez um poço profundo escuro. Soa a um leve pesadelo na penumbra.
Foi giro, foi demais, mas deixem-no lá estar. Parece um fantasma assim invocado. Não me convidem para jantares. Vocês parecem-me espiritos do passado invocados à mesa.
Este é the time of my life.