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O Culto televisivo do Bizarro, em massa, nasceu nos Estados Unidos. Desde cedo me habituei a ver séries americanas com as situações mais bizarras que se possam imaginar. Ao princípio tem muita piada, mas depois começa a cansar. Há uns anos ainda achei piada quando num gabinete de advogados irrompeu uma senhora, despeitada, acusando o marido de dormir com uma porca. Ela insistiu na ideia de porca, querendo fazer ver que era uma porca mesmo, um exemplar fêmea do animal suíno. O que é facto é que mais tarde se pode ver o marido a entrar naquele gabinete com uma porquinha de estimação.
Engraçado que mesmo nas séries que eu considero de grande qualidade, a certa altura, lá para a 4ª ou 5ª temporada, a série entra numa fase de bizarraria em que parece que as ideias ao escassearem dão lugar a ideias cada vez mais Extreme e sem nexo. As séries tornam-se Hardcore, surreais, extremas e loucas.
Isso até aconteceu com a minha série favorita “Sete Palmos de Terra”, e com a minha série de animação favorita “Family Guy”.
Quanto ao Pedro Almodôvar, achei “Tudo sobre a minha mãe”, uma obra-prima. Achei “Fala com Ela”, um filme perfeito. Nunca tinha tomado a atenção ao realizador espanhol, aqueles foram os primeiros dois filmes completos que vi dele. O Melodramático seduzia-me. Achei que tinha embirrado com ele ser espanhol, tendo assim perdido o comboio Almodôvar. Tinha que recuperar o tempo perdido:
Parti à procura do resto da filmografia. A certa altura fartei-me dos filmes dele. Achei-o demasiado americano, assim como outros filmes espanhóis que vi no cinema (que devem seguir o realizador bem sucedido). A sua série de filmes pareceu-me seguir o “quanto mais bizarro melhor”. È que tanta cena insólita não pode ser possível. Putas, proxenetas, Transexuais, Sida, Pedofilia, Droga, Homens com as mamas maiores que a sua própria esposa (como ele próprio refere num filme, demonstrando o seu culto pelo bizarro), rapaz que engravida rapariga em coma, mulher que faz companhia a bebés recém-nascidos que por doença têm apenas umas horas de vida e são rejeitados pelos próprios pais (história contada por uma personagem, digna de figurar no filme “A Canção mais triste do Mundo”), mulher com doença terminal que decide fazer tudo o que não fez na sua vida, enfim….
Já estou como um critico literário que uma vez li. Dizia ele que é tão ou mais difícil escrever uma história corriqueira, do que uma história repleta de fantasia. Acredito que seja mais difícil escrever uma história banal e real, do que andar aí a inventar fábulas. Cenas muito loucas é facílimo de imaginar, toda a gente o consegue e gosta de fazer, agora imaginar a realidade, Ui, isso é que é quilhado.
Quando a isto, veja-se o magnifico exemplo do filme dos irmãos Cohen: O Barbeiro - Ou, como tornar uma vulgar história de um homem banal, desinteressante, sério, calado, taciturno e mesquinho numa coisa interessante e divertida.