. Grande Escritor, Pessoa B...
Nestes idolos que se iniciaram em 2009, o Manuel revela-se o juri mais iluminado. Mais que uma vez as apreciações do restante júri se modificarem após o Manuel falar. O restante júri, que ainda não se tinha pronunciado, acaba por se ver iluminado pelo Manuel, e copia-o na critica. Aliás, já vi isto a acontecer noutros concursos televisivos.
Contudo, na ultima sessão, o Manuel acabou por ter a atitude mais estúpida, também, e por sinal, quando divergiu do todo o restante júri, que já tinha opinado.
Bem, o homem passou-se da cabeça, perdeu o controlo, foi londe demais.
Foi após a actuação do Carlos Costa, aquela em que o concorrente resolve ir cantar para o meio do público. A Brasileira, o elemento simpático do júri, adorou, como era de esperar. Os outros dois, à sua esquerda, aplaudiram mas com uma grande dose de ironia. Um deles pintou bem a situação “passou por aqui um Tsunami”, mas deu uma alfinetada no rapaz de 17 anos com um “Isto é que um um idolo precisa de ter”. Como quem diz a uma mulher pintada com muito mal gosto e com ar de vaca “Parabéns, tu és a prostituda ideal!”.
Para quem não viu, o meretissimo juiz Manuel desancou no Concorrente Carlos Costa. Ora, o Carlos é o queridinho do público. O público não gostando que dissessem mal do seu menino, como era de esperar a 100%, assobiou. O Manuel não gostou das assobiadelas e passou-se dos cornos a atirar para todos os lados, e estava a ver que aquilo não parava.
Quando o Manuel tomou a palavra, cometeu vários pecados. O pecado do Orgulho. Quiz se afirmar, sentiu a necessidade de ser único, vincando uma opinião completamente contrária a todo o júri e público. O Manel quer ser o Idolo. Devia-se lembrar que está ali para eleger um. Foi prepotente e paternalista mandando calar o Carlos, quando este ía responder naturalmente - “Ei miúdo, cala-te aí, que agora falo eu. Tens mais é que me ouvir, que eu já ando aqui há muitos anos”. Cometeu o pecado da Ira. Irou-se com o Carlos, irou-se com o público, se calhar com a sua própria vida. Cometeu o pecado daquele que se considera impune e foi uma vitima virgem violada - Entrou naquela discurso pateta de que “estamos numa democracia, eu tenho direito á minha opinião”. Meu amigo, isto é um concurso do povo. Tu criticas um concorrente, mas o povo não te pode criticar a ti? Ó meu, tu estás no show-bizz, já és demasiado grandinho para não aguentares que o público se manifeste. Daqui a bocado estás como aquele jogador de futebol do Sporting que aconselhou os adeptos que assobiaram a equipa, a ficar em casa.
Olhemos agora para a critica do Manel. O Manuel detestou a actuação do Carlos. Chegou mesmo a dizer, não no calor do seu discurso louco, mas uma meia-hora depois, já mais para o fim do programa, que tinha sido a actuação que menos tinha gostado.
Tudo bem. Mas a única razão que apontou para o seu grande descontentamento foi: a seleção musical do Carlos. O Manuel acha que todo o conjunto de musicas que o Carlos escolheu Cantar, é foleiro. O gajo deu-se ao trabalho de parafrasear esta sua opinião. “A música que escolhes é foleira, em brasileiro diz-se Brega, em num sei quê diz-se... blá blá”.
Curiosamente a única música que o Manuel diz ter sido a excepção àquele vendaval de foleirice, foi uma do Michael Jackson. Foda-se! Realmente, como é que um foleiro é capaz de selecionar uma música de um autor de criações tão elevadas.
Neste concurso é importante as musica que se escolhem cantar na medida em que há umas de mais dificil ou fácil interpretação. Se o concorrente escolhe uma canção de fácil interpretação, o júri não poderá avaliar da potêntica da sua voz.
O Júri não deve olhar ao gosto musical do concorrente. É dificil, eu sei, mas deve-se abstrair se gosta ou não da musica. O que há a avaliar é o performer. A sua voz, as suas expressões, a sua roupa, a sua imagem, a sua dança, a sua graça.
O Júri profissional deve-se abstrair da suposta qualidade da musica original. O público já não se abstrairá. Daí, que nesta fase em que o público vota, é importante escolher o tema musical em função dos gostos do público. Daí que estou certo que a razão da eliminação do Salvador prende-se a ele ter escolhido uma canção muito chocha do Rui Veloso - “Jura”. Mais valia ele ter escolido um “Não há estrelas no céu”. Os Idolos é um concurso mais para o festivaleiro. De referir que acho que o Salvador também se queimou quando teve aquela tirada arrogante, que até atacou um membro do júri “O Rui Veloso iria dizer que a minha versão era melhor que a dele”.
Eu estou com o Manuel, aliás, eu digo pior que o Manuel. A seleção musical do Carlos está nos antipodas da minha, e muito menos o Michael Jackson se safa. O Carlos devia levar uma grande ensaboadela de boa musica, todos os dias, antes das refeições.
Se me apetece vomitar ao ouvir as musicas que Carlos gosta ou escolhe, é irrelevante. O que interessa é que o Carlos Costa não é o melhor Idolo desta edição... ele é o melhor Idolo de sempre do concurso Idolos, em Portugal.
O Tipo é portentoso em palco. O gajo irradia luz. Ele é um pequeno Eros. O gajo canta com emoção, é ele próprio, vibra, faz vibrar o público. É energia vital.
A maior prova de que ele é o melhor, é que ele consegue me fazer gostar de musica que eu detesto, porque as suas interpretaçãoes e actuações são de fazer render o público, a mim inclusive.
Eu, que sou um gajo que com a sua dose de snobismo, geralmente faço questão de demarcar do gosto banal popular, congratulo-me ao reparar que, desta vez, eu e o povo temos o mesmo gosto e o mesmo entusiasmo. O Carlos é uma estrela. Só é pena é que não goste de boa musica. Mas com 17 anos ainda se pode endireitar e ver a luz.
Qual é o problema do júri com ele? Bem, desta vez vou ser um cliché, e daqueles milhentas vezes já batidos: Inveja.
O Júri não suporta o Carlos por inveja, porque se apercebe que o puto arrebata o público e que é, lá no fundo, mesmo bom. E também há uma boa dose de homofobia nesta aversão do júri ao Carlos, mormente do júri que fica mais à esquerda. O tal que o acha irritante e que ele é muito estrogénico em palco.
O Júri farta-se de dizer que o concurso é para eleger um Idolo Pop. Qual é a dúvida? Pop é alegria, é dança, é espetáculo em palco. Se fôr só voz, prefiro comprar o CD.
Achei também demasiado injusto o Júri ter afirmado que o Carlos usa uma estratégia. Ou seja, tudo aquilo que ele faz... tenham cuidado, é com um grande calculismo, tudo programado. O Rapaz é um crápula calculista. Aquela subida ao anfiteatro para cantar no meio do público... é pá, já ando aqui há muitos anos, foi muito bem premeditado.
Bolas, não está na cara do moço! Aquilo é natureza pura. Parece-me um tipo bastante espontaneo e natural, e não acredito que um grande artista de palco não o seja. Também simpatizo com o ar doce que ele tem, o que a outros pode repelir, por homofobia.
O Cúmulo de “ O Júri há-de acabar com a raça aberrante de Carlos” atingiu-se quando um deles, ao aperceber-se que ele é o mais sério candidato à vitória, acusou esse esse medo pavoroso iminente, referindo qualquer coisa como seria a maior injustiça se ele ganhasse.
O Bem de um, o Carlos, pode ser o mal de outros, o Júri.
Muitos talentos se perdem, até porque azares há muitos. Carlos Costa pode fazer uma excelente carreira como cantor, seja ele homossexual ou não. Mas o problema será este: ele também é capaz de criar novos temas?
É perfeitamente lógico que pensemos que os grandes escritores sejam pessoas super-interessantes com quem não hesatariamos em passar um serão com eles a conversar até às 7 da manhã. Descobri que esta ideia é um grosso mito.
Aliás, para o que nos é mais próximo basta ver o José Saramago a falar. Quando associações de cegos se insurgiram contra o filme baseado no livro “Ensaio sobre a cegueira”, Saramago, estupefacto, disse algo do género:
- Quer dizer… a estupidez não escolhe entre cegos e não cegos.
Enfim, o homem a falar… mais valia emitir comunicados escritos. Há
um documentário espanhol, penso sobre D. Quixote de la Mancha, one o novelissimo escritor intervem a comentar frequentemente. Xiça! Aquilo é arrepiante. O homem nem fala português, nem fala Espanhol, é uma mistura horripilante das duas linguas.
Mas o que me convenceu da ideia que um grande escritor pode ser uma pessoa super-banal foi a Isabel Allende. Quando vi anunciada, na TV, a entrevista com a Allende, fiquei logo excitado, não podia perder. Ao que o meu caro amigo cinico comentou:
- A Isabel Allende não é para se ouvir, é para se ler.
Comprovou-se. Revelou-se uma mulher banalissima, um manto de clichés femininos, pegado. Algumas pérolas da engrevista:
1 – “os sonhos são altamente, quando acordo tiro notas sobre os meus sonhos nos papeis”.
2 – “O meu companheiro é apenas um amante”. Quis vincar que o seu companheiro era só uma coisa sexual, um gajo para a montar. Podia ser aquele, como podia ser outro. O maior desprezo e independencia pelo macho.
3 – Ficou super-excitada ao ver um filme onde Antonio Banderas aparece nú. Aliás, sugere que viu o filme só para ver o actor nú.
4 – Acha a adaptação do seu “A casa dos Espirito” muito licita. É uma versão, diz ela. Ok, só compreendo isto se o escritor estiver numa de politicamente correcto. Contudo exige-se mais de um Artista. O que eu acho é que o filme (por sinal filmado em Lisboa) assassina o livro. Distorce a personagem principal, a Clara.
Mais do que se diz, era a imagem de uma mulher tonta que ela dava.
Ó que caraças, preconceitos positivos para que vos quero? Então não é de esperar que o pessoal ligado às Artes, com sucesso, aclamados pela critica e público, sejam as pessoas mais interessantes do mundo? E que artistas mais interessantes senão os escritores? Os gajos até podem ser bué de feios, mas não lhes deve faltar assunto.
Em boa verdade vos digo que já gozei do estatudo de escritor. Nos tempos da universidade constou-se no meio que eu escrevia livros. È verdade, escrevi dois. E para algumas moças eu tinha uma aura especial de escritor, quiça poeta, de gajo mais iluminado.
Anos mais tarde achei piada quando vi o filme “Finding Forrester” com Sean Connery. O escritor mais maduro dizia ao escritor jovem que até os maus escritores iam para a cama com mulheres, por serem escritores.
Eu era um mau escritor. Por acaso, os meus amigos leitores adoravam o que eu escrevia e estavam convencidos que merecia a pena tentar publicar aquelas coisas. Embora eu pudesse sonhar em publicar, não seriam aquelas obras que eu escrevi, a não ser que levassem uma tal segunda mão que fossem quase totalmente re-escritas, LOL. As ideias eram boas, quiça algumas geniais, mas muito mal escritas.
Não basta ter vontade e boas ideias. É sobertudo preciso ser bom naquilo que a escrita requer – escrever.
O homem ama como resultado de uma qualquer coisa muito mais complexa. O homem vive apercebendo-se das suas dúvidas, da sua finitude, da sua solidão. E é na tomada de consciência dessas situações limite que ele precisa de encontrar qualquer coisa que o ligue ao todo da humanidade e lhe devolva a plenitude da existência. O homem apercebe-se que só é alguém com o outro, que sozinho não é nada. E é na luta contra a solidão que o amor acontece.
No amor que acontece entre duas pessoas, o que existe é o desejo de fusão completa. O amor leva ao desaparecimento de barreiras entre os dois amantes. A amor é a intimidade por excelência idealmente consumida através da relação sexual. A união sexual simboliza a fusão. E é assim que acontece a união fisica que derrota a separação.
Não é assim de estranhar que o amor faça gerar o desejo de união sexual. Neste contexto, o do amor erotizado, a relação sexual não envolve o desejo de conquista mas tão somente o desejo de fusão.
Quanto acontece o amor entre duas pessoas, ele é realmente exclusivo, isto é, é vivido apenas por elas. Contudo esse amor contém simbolicamente a união com toda a humanidade. Esse fenómeno faz do amor a verdadeira religião. É que ao acontecer o amor dissolve o narcisismo e torna o homem maior e universal.
Não é o amor o que acontece quando nos ligamos a outra pessoa pela incapacidade de estarmos sós. Amor é o que acontece quando voluntariamente nos ligamos a outra pessoa capazes de vivermos, primeiro connosco e de ter adquirido um conhecimento intimo. Para me poder entregar totalmente tenho de primeiro me conhecer a mim próprio. Quanto mais fundo eu tiver ido no meu auto-conhecimento mais completa será a minha entrega.
Amar é uma arte. Como na arte, ama-se indo para além do real, do finito, do dizível e do tangível. A arte implica trabalho criativo e não apenas produtivo. A criação de qualquer arte não é, pela razão, indispensável mas dá á humanidade outra dimensão existencial. Também o amor quando acontece transporta o homem para outra dimensão. O amor como peça de arte é uma obra única em cada homem que o faz. Alguns homens pela sua natureza, pela sua maneira de estar, vão na arte e/ou no amor mais longe, conseguem-no de forma mais completa e duradoura.
É artista aquele que consegue criar a obra e através dela unir-se com o mundo. É o desejo de ultrapassar a própria individualidade e de alcançar o outro que move o homem para a criação. A arte é o veículo da fusão do homem com a humanidade de forma intemporal
Assim a arte pode surgir como um imperativo nos que se sentem mais próximos da loucura que o isolamento encerra. Naqueles em que a solidão é mais ameaçadora surge frequentemente o engenho para a criação de pontes de ligação à humanidade.
Amar é uma rte e a arte é o amor pela humanidade.
O amor é também motivado pela necessidade de conhecer o outro, àvidos que somos do conhecimento da própria natureza humana. É também dessa necessidade, que vai além do corpo, do racional, que emerge a paixão."
Dr. António Sampaio (médico psiquiatra)
Artigo da revista Bipolar nº 24, da Associação de Apoio aos doentes Depressivos e Bipolar (ADEB), www.adeb.pt
O Sexo para a mulher é um prazer puramente fisiso. Para os homens é um prazer intelectual.
O Sexo para os homens é arte. Para as romãnticas é um acto de amor, para as menos romãnticas é um acto sexual, uma aventura, uma loucura. Para os homens é sério. Elas são as amadoras, eles são os profissionais.
O sexo para os homens é a Sétima arte, com todos os sentidos. Eles vêm, ouvem, sentem (por esta ordem) e têm que cheirar mais. Elas sentem – está explicado porque as mulheres são mais sensiveis que os homens (pelo menos na vagina).
Eles vêm tudo, o coito, o corpo inteiro. Eles deleitam-se com os sons, gemidos, as expressões nos rostos das mulheres. E repito: haverá coisa mais sensual do que ver uma mulher a ter prazer, especialmente quando somos nós a dar-lho?
É irónico como a penetração, sendo a coisa mais importante para a mulher, é um acto que elas não conseguem ver (falem-me dos preliminares).
Pelo que ouvi falar, o Orgasmo da mulher é muito mais intenso do que o do homem, já para não falar das que têm o dom dos multiplos orgasmos.
A arte, muitas vezes, nasce da dor ou da falta de prazer. Se o homem obtém menos prazer que a mulher, tem que sublimar mais o sexo.
E já agora, neste devaneio, se um orgasmo da mulher valer 50 de um homem, está explicado porque o homem está sempre predisposto e tem mais tendência em ser um eterno insatisfeito. Temos que nos esforçar mais.
Nós somos o criadores do sexo, nós somos os realizadores e produtores do sexo. Elas são as primadonas. Viva a Arte!
(Isto é um artigo de ficção, qualquer semelhança com a realidade é coincidência)
(desculpem o tema, mas, agora que pús o contador, tinha que aumentar as visitas ao meu blog :-) Mas não importam as visitas. Importam a qualidade e quantidade de comentários)