. O Menaço
. Cultivar o Sentido de Hum...
. As mulheres não sabem faz...
O Ricardo Araújo Pereira é um grande humorista, uma máquina de fazer humor. Por isso mesmo fiquei um bocado desapontando com ele quando vi num dos episódios do "Melhor que falecer" um autêntico plágio dele e em tradução literal. Ele falou em "as leis não escritas" que é um claro plágio ao meu cómico preferido, o Larry David e as suas "Unwritten Laws". Por acaso até acho que "As leis subentendidas" será um termo mais preciso.
Mal nós sabemos o quanto se os nossos ídolos plagiaram por aí às custas da nossa ignorancia e falta de acesso a outras andanças.
O menaço é um tipo maduríssimo, com ar ponderado, tão auto-confiante que nem precisa de falar muito, um olhar dele à matador pode dizer tudo. Ele não ri, esboça uns sorrisos paternalistas.
O menaço é como um paizão comedido, não entra em grandes brincadeiras, entra quando o rei faz anos e deixa no ar a ideia de que “quando ele quer, sabe ser engraçado”.
Na verdade, estamos unicamente na presença de uma imagem. O facto de ele falar pouco não é indício que seja uma pessoa de muita reflexão sensata, é mesmo porque ele não tem muito para dizer. O que diz passa pouco para além de banalidades e clichés. Não tem profundidade, não tem originalidade, não tem nada de novo para dizer. Não tem estilo, não é espirituoso, não é mordaz, não é romantico. Não conta longas histórias, não conta as coisas com muito entusiasmo, é desprovido de paixão. É um gajo muito terra-a-terra, não vacila enquanto olha e gosta de mulheres. As grandes qualidades advêm da sua temperança: tem consciência que não deve estar sempre a falar, é atento e sabe ouvir melhor que a média.
O exemplo mais conhecido de Menaço que me lembro é o Mr. Big da série Sex and the City. Outro, claro está, é o Pedro Abrunhosa.
Ou seja, a antítese de homens apaixonantes.
Uma engraçada paródia ao menaço é feita na série cómica Rockefeller 30, na personagem Jack Donaghy (Alec Baldwin) – o executivo maduro que fala "assim" (voz grossa, serena e pausada)... mas é um grande palhaço.
Desde os tempos da Universidade reparei nestes menaços, roído de inveja, com o sucesso que tinham entre as mulheres. Vejo a imagem de um a chegar à cantina, com ar muito sério e circunspecto, sem dizer uma palavra, a dirigir-se para uma rapariga de vinte e poucos anos. Ela sorri, ele mantém o ar sério à matador e chega a sua face para que a rapariga, feliz de o ver, lhe cumprimente com um beijo. Ele domina só com o olhar e atitude.
Compreendo que se sintam atraídas pela maturidade e segurança, agora acho muito pouco atraente pessoas que se interessam por homens tão chochos e desapaixonantes.
Lido aqui: <<De acordo com as simulações feitas pela Consultora Ernst & Young para o Diário Económico, um casal com dois filhos - em que um dos membros esteja desempregado e não tenha rendimentos e o outro tenha um ordenado de 1.500 euros mensais - será penalizado em 26,7%. Já um casal sem filhos com rendimentos de 4.500 euros por mês terá um agravamento da carga fiscal de apenas 3,29%. No caso de um solteiro sem filhos com um rendimento de 1.500 euros, a subida será de 11,7%. Só quem ganha o salário mínimo escapa ao agravamento.>>
Parabéns pela escolha do primeiro exemplo: um casal com rendimento mensal de 1500 brutos, tem que ter mesmo a mãe em casa a cuidar dos filhos. E acham que essa é a melhor educação? (comparar exemplo com o de Creches do Estado).
Agravar o IRS em 26,7% a um casal com 2 filhos, tendo estes um rendimento de 1500 €, e agravar apenas 3,29% a um casal sem filhos que ganha 3 vezes mais, é de mestre. Isto poderia ser um problema nas provas nacionais de matemática:
- Como fazer para as pessoas desejarem não ter filhos nunca na vida?
No fundo os governantes estão a seguir o senso comum do povo: é preciso cortar do lado da despesa, e toda a gente sabe que um filho dá mais despesa que um cão ou gato.
Estou aqui a tentar arranjar uma teoria para explicar porque é que todos os comentadores do debate Sócrates-Passos deram a vitória ao Passos Coelho. Vi os 4 comentadores da análise na RTP1 logo a seguir à contenda e li as análises no Jornal i (mais 4 comentadores e reportagem do debate).
De notar que as frases de rodapé que ia passando no especial informação da RTP1, eram tendenciosas. Só passaram citações dos comentadores que eram abonatórias para Passos Coelho, quando houve observações positivas em relação ao Sócrates.
Eu não vou votar em nenhum deles. Considero-me isento.
Hipótese 1: todos os comentadores são simpatizantes do PSD.
Hipótese 2: todos os comentadores como gente muito esclarecida, da elite intelectual portuguesa, sabem que qualquer coisa será melhor para o país do que ele ser gerido por Sócrates. Prestam serviço nacional, fazem manipulação. Sabem que Sócrates cedo desferiu um golpe de KO, mas pelo interesse nacional, fazem uso da mentira branca.
Hipótese 3: a Inveja.
Achei piada a um artigo da Ana Sá Lopes, há cerca de 3 anos atrás, em que justificava todo o comportamento do mundo mulçumano com a inveja que sentiam do ocidente. Bateu. A teoria da inveja é muito usado nos nossos bairros quando não conseguimos encontrar uma explicação para as pessoas que nos criticam ou atacam.
Sócrates é provavelmente o politico do mundo mais bonito. Eu diria mais, Sócrates é o homem ideal. É charmoso, é atraente, tem auto-confiança, tem lábia, tem atitude positiva, é optimista, tem alto astral, é o politico português com mais sentido de humor de sempre (a par com Rui Rio, esquecia-me), tem um certo ar infantil, apaixonado e até idealista, tem aquele sorriso maroto e trocista, tem ar de bandido (para muitas pessoas é mesmo um bandido), tem poder e é inteligente.
Não pude deixar de me rir a bom rir quando um jornalista do i dizia que é um mistério como Sócrates vai à frente de Passos nas sondagens. É um mistério para mim que todos os comentadores (oito) tenham dado a vitória ao Passos.
Grandes profissionais do jornalismo, realmente tenho a noção que Sócrates deveria estar a levar uma cavazada nas sondagens, nestas e nas sondagens das ultimas eleições. O vosso mistério tem dois nomes: Manuela Ferreira Leite e Passos Coelho.
Ou... O povo não consegue resistir ao charme do Sócrates.
Não compreendo o comportamento do Jornal i e isto deita por terra as teorias da conspiração. Este Jornal pertence ao grupo Lena. O Grupo Lena tem um negócio chorudo na Venezuela de construção de um bairro social que lhe vai render mil milhões de Euros. Quem conseguiu este negócio? O nosso bandido charmoso. Se tudo fizesse sentido o jornal i deveria estar a dizer que é um mistério porque Sócrates não tem 90% nas sondagens.
Sòcrates é um politico elevado, bem que poderia dar o golpe baixo no debate:
- Que amigos tem você? Queria-o ver a arranjar negócios de milhares de milhões com os seus amigos.
A mais irónica análise que li no jornal i, tinha o titulo “Se perdes, ganhas”. O comentador diz que Sócrates foi melhor mas que a Passos bastou a honestidade intelectual para ganhar o debate, precisamente por não ser um politico manhoso. Deixa ver se percebi a ideia: se não és bom politico, o que é equivalente a seres um bandido, logo és melhor que um politico. Fraco politico <=> boa pessoa, bom primeiro-ministro.
Aliás, tudo o que eu li no Jornal i sobre o debate é de bradar aos céus. Parece o jogo dos meus filhos "o mundo ao contrário". Li os excertos/ideias do debate no fundo da página, quatro de cada um dos candidatos. Os excertos do que Sócrates disse estão todos às avessas. Nada daquilo se passou, chegam a trocar as coisas. Põem palavras na boca do Passos que foram do Sócrates. È uma deturpação incrivel, não é jornalismo.
Ai ai, jornal i, quanto ingratidão. Com as histórias de como Sócrates é um déspota que arrasa com todos os jornalistas de que ele não gosta, não vos dou meio-ano. Com muito desconsolo meu, porque é o meu jornal favorito.
Muitos viram o “Quem tramou Roger Rabbit”, partiram a carola a rir, mas se calhar não ficou nada além disso. Há o momento de oiro do filme, quando Roger Rabbit diz, de uma maneira desesperada:
- Um riso pode ser uma coisa potente. Às vezes, na vida, é a única arma que temos.
A minha familia teve uma formação em sentido de humor. Nós cultivavamos o sentido de humor. Em parte era uma necessidade.
Crescemos a ler o Astérix, a Mafalda e outras bandas desenhadas do Quino. A ler a Turma da Mónica, a banda desenhada desse Brasileiro cheio de imaginação – o Mauricio de Sousa. E claro, depois surgiu o Herman José, esse génio do humor, que formou um país inteiro.
Muito se fala do humor neste país. Uns dizem que o povo é melancólico, com pouco sentido de humor, outros contraponhem que nada! Que este povo tem tanta piada que até se ria a valer no tempo da didatura.
O que eu sei é que os nossos politicos têm cara de agentes funerários. Como é que posso confiar em gajos cujo lema parece ser “quanto mais sério, melhor”? Como é que a politica me pode seduzir quando é feita por uma cambada de trombudos, muitas vezes mais que crispados?
Que politica é esta de eu me rir mais com a estupidez humana do que com o seu sentido de humor?
Embora não goste do povo inglês, tenho que lhe dar valor, em muitos aspectos. Um é o do sentido de humor. O povo inglês cultiva muito o sentido de humor. Não deve haver país onde há mais programas cómicos por canal. Pena é que não importemos mais e boas séries de humor britãnicas.
Os direitos de transmissão dos jogos da premier league foram adquiridos por outra televisão, em Inglaterra. Os telespectadores opuseram-se. Gostavam bastante do sentido de humor dos comentadores da actual televisão. Passando para outra televisão, iriam perder esse sentido de humor. Ora bolas, mas afinal eles querem ver a bola ou rirem-se com os comentários? (ai quem me dera comentadores que simplesmente não fossem idiotas).
Um estudo de sexualidade concluiu:
“Quanto à qualidade que mais apreciam na companheira, a maioria dos homens (25 por cento) que respondeu ao inquérito elegeu a meiguice, uma característica distinta da preferida dos portugueses, mexicanos e brasileiros, que preferem a inteligência das parceiras.
Já os ingleses escolhem o sentido de humor (36 por cento).”
Estava eu sem tema para o mey blog, até que comecei a ver um programa na TV. Estou a ver que a TV é uma boa musa para o meu blog.
Programa: “Sempre em pé”, 13 de Junho de 2007, 00:30h
E eis que o apresentador (que eu tanto gostava de ver em “a revolta dos pastéis de nata”), apresenta uma convidada para fazer um stand-up comedy. A Pergunta da praxe volta. Esse eterno enigma. Pergunta ele:
- Porque há tão poucas mulheres a fazer comédia?
Oh, oh, oh. Já ouvi falar sobre esta questão milhentas vezes. As pessoas lá dão as suas justificações simpáticas. Se calhar mete machismo e outros clichés. Ai, ai, é tudo treta. Mas não está na cara!
A resposta é simples e sei que não é simpática. Simplesmente as mulheres não têm jeito para a comédia.
Mas posso desenvolver mais: para fazer comédia é preciso graça. É o mais importante. A forma, não o conteúdo. Tinha um tio meu que podia contar a anedota mais seca do mundo, mas contada por ele tinha a maior graça. Depois há o conteúdo.
Ora, as mulheres pura e simplesmente não têm essa graça natural. Se calhar porque são demasiado belas e sensuais. Como se a graça sensual fosse incompativel com a graça cómica. Os homens, que são mais feios, já, naturalmente, têm mais graça cómica. Os homens podem fazer caretas engraçadas. As mulheres, porque são bonitas, não conseguem fazer caretas engraçadas. È um contra-senso.
Estou a ser bonzinho demais. Acontece que a grande maioria das mulheres não tem nem graça nem conteúdo (a que eu vou passar a chamar de humor ou sentido de humor). As vezes que encontrei uma mulher com sentido de humor, tentei guarda-la e até casei com uma. É um bem precioso demais para deixar fugir.
As mulheres, é a sua natureza, não sabem fazer humor. (Já para não falar que grande parte delas são mesmo umas chocas).
A prestação da convidada do “sempre em pé” foi embaraçante. Acho a Maria Rueff uma excelente actriz. Mas... não tem graça. Tem conteúdo mas não tem graça. E isso mata tudo. Já considero que a Anabola tem graça. Os papeis da Anabola costumam ter menos humor, mas ela dá a graça. Ou se nasce com ela, ou não.
“O Sentido de humor é uma forma superior de inteligência” – Mário Viegas