Certa vez fui a uma casa de comes e bebés pedir um café, num centro comercial. Os cafés são servidos em copos de plástico. Mas esta casa fazia-me o favor de servir em chávena com a promessa que eu a devolveria. Encontrei uma empregada nova, perguntei, mais uma vez, se não poderiam servir em chávena. Devo ter insinuado a hipótese de uma situação excepcional. Ao que a empregada me respondeu toda cheia de personalidade:
- Não. Aqui todos os clientes são iguais.
No comércio há justiça! O comércio é católico, o comércio é comunista.
Errado. Não ouviram a buzina de concurso televisivo de resposta errada? Não, minha senhora, se há um mundo em que as pessoas não podem ser todas iguais, esse é no comércio. Se eu tivesse uma casa comercial, iria querer que todos os meus clientes se sentissem especiais e únicos.
No caso de negar um favor a um cliente, basta dizer não, não é preciso insulta-lo de igualdade a todos os comuns mortais.
Se não temos amigos, se estamos sós no mundo, e se os barmans e barwomans já nos tratam como uma pessoa sem rosto na multidão, resta-nos a linha telefónica da amizade?
Por mais que tente, ainda não consegui perceber o que as pessoas vêem no corte inglês de Lisboa.
Nem produtos, nem preços e muito menos staff, atendimento ao cliente.
Será um centro comercial fino para os tios e tias? Será o nome Corte Inglês? Será simplesmente a localização?
É fácil de identificar: é a casa em Lisboa com pior razão entre preço e qualidade. O Centro comercial ideal para tótós. E para pessoas com gosto muito pouco cultivado. Ó pimba.