. Kitsch
. Ciganos
. Onde Encontrar Mulheres B...
Para combater os obstáculos à sua evolução pessoal, para um melhor auto-conhecimento, eu acho fundamental conhecer os conceitos.
Por isso acho os anglófonos brilhantes na criação de novos conceitos. Neste caso, parece que este foi criado pelos alemães:
Kitsch é um termo de origem alemã (verkitschen) que é usado para categorizar objetos de valor estético distorcidos e/ou exagerados, que são considerados inferiores à sua cópia existente. São freqüentemente associados à predileção do gosto mediano e pela pretensão de, fazendo uso de estereótipos e chavões que não são autênticos, tomar para si valores de uma tradição cultural privilegiada (mais…).
A primeira vez que ouvi a palavra Kitsch foi em1990, a propósito do Quim Barreiros. “O Kitsch volta a ser moda”. A palavra surgiu para ilibar as pessoas intelectuais de gostarem de coisas foleiras. Naquele ano, estudante universitário que não gostasse do pai da música pimba, era um gajo cinzento, muito careta. Engraçado que o que veio, desde então, foi o Kitsch ao quadrado e cubo, na musica nacional.
Faz sentido surgir este termo, neste novo contexto. Eu sei que isto é foleiro, mas gosto de ouvir, gosto de ver, acho piada. Nada como a consciência. Foi muito importante aparecer esta onda para combater o preconceito que há em nós. Mais grave que não admitirmos aos outros que gostamos de certa coisa, é nós pôr-mos essa coisa logo de lado, não admitindo a nós próprios que gostamos dela.
Pessoa muito à frente que se preze, hoje em dia, faz questão de fazer notar que vibra com cenas muito Kitsch, tipo Big Brother, José Cid.
O que acontece é que a maior parte das pessoas só é capaz de reconhecer o Kitsch que está pré-definido como tal.
Nunca nos passou pela cabeça se nós próprios não seremos um objecto Kitsch, com comportamentos Kitsch. Mas desde que nos sintamos bem…
O obreiro caiu mas a obra não. Aliás, fazer obra, erudidamente: obrar, é das coisas que este artista melhor sabe fazer. Desde pérolas como “Assim não dá, queres fazer amor comigo sem tirares o Wonderbra” até ao novo hit “fazer o que ainda não foi feito” que mais parece um plágio ao Jorge Palma. Este Artista melhorou bastante, nesta ultima canção não é que ele se atreve a cantar mesmo!
O Pedro apresenta-se como que um Artista plástico e diz coisas que soam muito bem. Estamos, é evidente, na presença de o Artista intelectual mor do nosso país.
Mas… uma réstea de humildade, o Artista também é humano
Não é que o Pedro Abrunhosa deu-se ao trabalho de escrever um testamento sobre o seu trambolhão! Mais uma vez, pior a emenda que o soneto. Ok, os génios têm destas coisas, uma disfuncionalidade qualquer que os torna grandes.
Vejam Pedro, o Eloquente, em:
Aqui podem ver como um Hamlet Lusitano acusou a sua tragédia! O
eminente criador destilou ódio e rancor pelos milhares de adolescentes que reinaram dele. Só faltava não gostar de crianças e flores. Em resumo, a sua resposta é:
- Sim, eu também sou humano e obedeço à lei da gravidade, mas já ganhei binte discos de platina e o meu novo disco vende como roscas. Sim, podem ter-se rido de mim e terem espalhado o meu ridiculo pela internet, mas eu, EU, sou melhor que todos vós juntos! Eu sou um rei da pop, vocês são uma merda e hão-de ser a vida inteira!
Vê-se na sua resposta ofical ao trambolhão, que ele é o grande mártir da mesquinhez nacional. Esta publicação é a sua vingança, a sua sublimação de ter sido alvo de chacota Lusitana. Só faltava convocar uma conferência de imprensa.
Uma queda no estrado, uma gargalhada estridente, um prato partido na cantina, umas palmas no ar, uma aluna que tem o periodo no meio da aula, o chato do colega de trás que não se cala, uma réguada que doi não na palma mas na alma (é preciso ter palma não dar o TPC pela alma), um vidro quebrado, um setôr gozado, um corredor de rasteiras, uma borracha de asneiras, uma cabeça rachada, uma bola que… ninguém me PASSA!
O homem deve ter tido pesadelos, vendo-se num auto da fé, não a ser queimado, mas a ser gargalhado até à morte. O gajo diz que as pessoas viram e reviram a sua queda, tendo extases multiplos com essa visão.
Meu caro, ninguém perdeu tanto tempo contigo, a não ser os infantes das escolas secundárias. Não andam 10 milhões de pessoas a pensar 8 horas em ti e as outras 16 horas a rirem-se.
Pedro, não havia necessidade de reagires assim, foi um exagero. Passaste-te da cabeça. Não era preciso acusar tanto o toque, feito um adolescente com um embaraço social atroz de ficar corado perante uma turma inteira.
Dúvidava que o pedro tivesse um blog. Mas será que ele tem algo para dizer? Tem, sobre trambolhões.
Agora vou-me armar em Bobone e dizer o que fazer nestes casos. Se dás um trambolhão, o ideal era seres mesmo um gajo cheio de humor e rires-te de ti próprio. Rias-te genuinamente, dizias umas graçolas espontâneas e não se falava mais nisso. Aliás, se fosses uma grande estrela, saías tão airosamente do hipotético embaraço, que as pessoas iriam-se rir tanto da queda como da tua atitude.
O problema é que eu e tu, não temos grande presença de espirito. Acusamos o embaraço do trambolhão. Que fazer? Dar um sorriso amarelo e dizer uma graçola cliché qualquer como:
- Maldição, quase que caía.
E depois, não falar mais nisso. São coisas que acontecem. Ah, esquecia-me, depois nas entrevistas toda a gente nos vai falar nisso. E tanto mais vão falar quanto nós acusamos o toque. Preparar uma ou duas respostas curtas e até fazer como o Pedro no Herman 2010 – mudar rapidamente de assunto. Não tem importancia.
Agora, eu caír perante milhões de espectadores e achar que não hão-de haver uns milhares que se vão rir à fartazana e falar a semana inteira sobre isso, é achar que eu sou uma figura tão reverente que toda a gente deve é lamentar o facto como se eu fosse um Papa Octagenário que desse uma queda em solo que acabara de benzer.
Muita impressão me faz a aversão que as pessoas têm dos ciganos. Dizem que não respeitam ninguém nem nada, que são incivilizados. De todas as etnias, é a mais menosprezada. Da minha pouquissima experiência com eles, felismente, só me queixo da insistência que têm para vender algo.
Contudo, há um fascinio romãntico pelo povo cigano. Eles são os viajantes, de vida errante, os rebeldes que se recusam a submeter à norma e à lei.
Em tempo em que não havia turismo, nem uma difusão célere de noticias, os ciganos devem ter sido os grandes divulgadores de culturas estrangeiras. Pois eles eram os nómados que podiam transportar culturas, vindos de um país para o outro.
Eles, provavelmente, devem ter sido os artistas malditos de séculos atrás. Como dizem, antigamente quando um filho dizia aos pais que queria seguir a vida artistica, era a apreensão geral. Quem sabe se não ouviriam bocas do género:
- Agora deste em cigano, é?
Em tempos em que, porventura, se tinha o objectivo de ser um homem sério e trabalhador, os ciganos eram os músicos e artistas de rua, dos principais contribuidores culturais. Quem sabe até que ponto nos influenciaram?
Conhecemos pessoas que são formidáveis. Boas pessoas, excelentes companhias, interessantes, com um sentido de humor único. São nossos amigos, são colegas de trabalho, são amigos de amigos que conhecemos há pouco e nos recebem muito hospitaleiramente em casa.
Como lidar com estas simpatias quando nos dizem coisas como:
- O meu filho Tomás.
- Nasceu o meu filho, é o Diogo (já vi uma turma de liceu com 7 !!!!).
- A minha Beatriz.
Não é uma pena? Tão boa pessoa e tão parola nesta escolha importante da vida.
Vai de sorriso amarelo, contido, quando apetecia dizer algo do género:
- Foda-se! Tu és uma pessoa culta, com formação superior, tens o gosto cultivado, és um consumidor informado, tens TV Cabo, vais ao cinema e teatro, lês livros, és uma pessoa muito viajada, já conheceste milhentas pessoas…. o que te passou pela cabeça quando puseste ao teu filho o nome de Tobias !!!! Nada, não se deve ter passado nada. Se o nome da moda fosse Bonifácio, era Bonifácio. E pronto, tenho um amigo todo bem vestido, que tem um filho chamado Sebastião Maria. E se apanhar no cú estivesse na moda?
Já falei sobre este tema em Nome que ofereceste ao teu bebé, dir-te-ei quem és.
A coisa repugna-me de tal maneira, que tenho uma lista de nomes a não dar aos meus filhos:
Beatriz
Afonso
Tomás
Tobias
Gonçalo
Lourenço
Sebastião
Maria
Tiago
Catarina
Rodrigo
Diogo
(lista será actualizada assim que me lembrar. Entretanto, ajudem-me por favor)
Ainda assim, de todos os nomes da moda hà um pelo qual eu sou apaixonado. Sim, é um que também vi umas 7 ocorrências numa turma de liceu: Ana. E Ana só.
Daqui a bocado, a imitar um cartoon que vi há anos sobre os nomes patetas brasileiros, as pessoas hão-de gozar nomes como: João, Pedro, Paulo, David, Rui, Nuno,
The Go-Between do Leslie Poles Hartley e Frankstein de Mary Shelley, são os 2 livros mais belos que li. Curiosamente li ambos na versão original, em inglês.
Muita gente deve ter lido a Obra do Leslie, já que ela fazia parte do programa da disciplina de inglês, no 10º, 11º ano.
A Rosinha resolveu bancar antiego, dizendo que está farta de ouvir “ah, mas o livro é melhor que o filme”. Ora, não é caso para tanto, acho que não se deve atacar este cliché. Porque realmente ele corresponde à verdade de que, geralmente, é um desconsolo ver um filme depois de ler o livro em que se baseia. Contudo! Há casos, e não são assim tão raros, em que o filme está bem à altura do livro. Quando isso acontece, é quando o filme respeita e segue muito à risca o livro, ou quando é uma interpretação bem interessante dele.
Há o filme “O princepezinho”, com personagens de carne e osso, que gostei muito de ver. No elenco está o Peter Sellers que faz um papelão na pele da Raposa.
O Filme “Frankstein de Mary Shelley” com Robert de Niro é relativamente fiel ao livro. Apenas teve que ser melodramatizado com a história de que o móbil do Victor para dar vida a um corpo, foi o trauma da morte da mãe, quando no livro é apenas a sua avidez cientifica que o move.
Mas se há filme que é a cara do livro, esse é o The Go-Between. Comparar um filme com o livro, não passa por comparar os gostos de ler ou ver cinema. As coisas têm que ser vistas no seu lugar.
Por falar em livros e ficção, acabei de ver a série da BBC “Bleak House” baseada na obra de Charles Dickens, passada na TV2. A série é de extrema qualidade, parecia o supra-sumo das telenovelas. Não consigo imaginar que o livro seja mais apaixonante.
Para ver mulheres bonitas, nada como ir às compras. Nada como ir a shoping centers, nada como ir a hipermercados. Por exemplo, não há local em Lisboa onde se veja mulheres mais bonitas que no Colombo. Nem em discotecas, nem bares, nem no Bairro alto, nem nas docas. As mulheres compram mais do que saiem à noite.
Também se encontram mulheres bonitas em eventos culturais. A razão já vem de longe. Elas querem combater o mito de que mulher bonita é burra. Nada como se cultivarem. Nada como se convencerem a elas próprias que têm algo na cabeça, que têm interesses eruditos. Ao mesmo tempo mostram às outras pessoas que são mulheres cultas. Ide a museus, exposições, concertos eruditos, etc.
Nos transportes públicos, a carris é má, como uma vez uma revista maculina chamou à atenção. Mas o metro é muito rico.
Programa para o solteiro que não tem nada para fazer: Ir ao Saldanha Residence. Fazer o seguinte trajecto de metro: Saldanha – Campo Grande – Baixa Chiado – Colégio Militar / Luz (deixar de lado a linha vermelha). Ir ao ao centro comercial Colombo. Passear muito visitando a FNAC (shopping e cultura = gajas ^ 2).
Apanhar metro até S. Sebastião. Um salto ao corte inglês (facultativo). Na Gulbenkian: comer uma pera abacate na cantina, passear no jardim e ir à ultima exposição de arte.
De noite, ir a um teatro.
Depois, digam-me os melhores locais para não se acabar a noite sózinho. Lux? Não é para mim, é para os meus leitores, que graças a deus estou muito bem servido.