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Já há muitos anos atrás, nos meus 17, eu contava a um colega meu um sonho copiado de outras pessoas. As novas tecnologias iriam libertar o homem para o lazer, para a doce filosofia ao estilo da antiga Grécia onde o ócio era o pai da Filosofia, para a Arte, enfim, para actividades menos repetitivas e de escravo, para actividades mais agradáveis e sublimes.
Ele respondeu-me que eu pertencia a uma nova religião. Devia ser a religião que acredita que os computadores, robots, maquinas, vão devolver o homem ao jardim do Éden.
Esta cena superou as minhas parcas expectativas e até me deveria sentir envergonhado por isso. As novas tecnologias trazem mais justiça, salvam vidas e são um instrumento poderoso do conhecimento e tudo o que lhe é consequente.
Isto volta sempre à questão básica: seremos mais felizes hoje em dia do que nos anos 80? Bem, há sempre a questão da idade. Seria mais justo colocar a questão deste ponto de vista: seriamos menos felizes hoje em dia se tivessemos apenas a tecnologia dos anos 80?
Eu penso que sim, só que é impossivel nós nos apercebermos disso. É impossivel porque é sempre um se, e porque a felicidade não costuma se instalar de um dia para o outro. Poderá ser como nós não notarmos os nossos filhos a crescer, mas uma pessoa que não os vê há 1 ano, já ter dificuldade em os reconhecer.
Depois há sempre aquela intrinseca caracteristica humana: “I Can’t get no satisfaction”.
Eterna insatisfação que tirou a Eva e o Adão do 1º jardim do Éden.
E enquanto houver uma pessoa mais feliz que eu, eu não vou descansar.
O que é mais concreto é que essas crianças adoptadas serão mais felizes do que quando não tinham uma familia que lhes desse mimos e cuidassem delas.