. Escalões na Factura da El...
Pelas notícias dos últimos dias, corremos o risco de ver a factura da electricidade aumentar em 30%, e a acrescentar a isto ver o IVA da electricidade aumentar de 6% para 23%. É bués.
O que eu proponho aqui é uma racionalização de custos. Os despesistas devem ser penalizados e a poupança deve ser incentivada e premiada.
O aumento que se afigura deveria ser substituído por fórmulas justas.
O problema do custo da electricidade à nação é que ele não é linear. Até um certo limite a electricidade é produzida por nós e é limpa, depois desse limite o custo é de importação e é energia nociva ao ambiente.
Daí que faz todo o sentido haver escalões. Quanto mais se gastar mais se deve pagar por esse acréscimo. Os entendidos na matéria que façam as contas aos custos da energia e à poluição que ela provoca.
Eu acho que se deveria considerar o gasto per capita. Os escalões deveriam ser calculados dividindo a energia gasta pelo nº de elementos do agregado familiar + 1. O uso abusivo seria penalizado, além de que esta lei iria penalizar o arrendamento ilegal e os cidadãos mais ricos. A energia gasta numa habitação própria e permanente seria bem mais barata do que numa segunda casa. Uma habitação que não seja habitação própria, teria a sua energia gasta a dividir por apenas 1.
Quem aluga ilegalmente habitações, como por exemplo o negócio de arrendamento de quartos a estudantes, iria ver uma conta da luz bem alta. Basta imaginar que o que gastam de electricidade 4 estudantes num T3 iria ser esperado que fosse gasto num apartamento vazio.
Os solitários não seriam demasiado penalizados, devido a divisão ser por 2 (1 + 1). Quem vive em locais sem gás canalizado, ou quem opta por não ter gás em casa, devia ter um custo menor na electricidade.
Complicado? Complicado para quem não trabalha na energia, não sabe de matemática e trabalha sozinho.
Esta taxação racional de energia devia ser à escala planetária. Os governos deviam taxar pesadamente os produtores de energia quando estes geram energia "suja"
Não acho que alguma vez eu tenha sido vitima de mentiras conscientes. As mentiras que disseram sobre mim, partiram de erros de interpretação. Os mentirosos estavam convencidos do que diziam, pese embora a sua interpretação estivesse tolhida por sentimentos mesquinhos. Ou seja, não tenho conhecimento que tenham mentido sobre mim com pura má fé, de maneira consciente.
Quanto a mim, sou um péssimo mentiroso. Uma vez afirmei que era um verdadeiro compulsivo. Por um lado digo isto orgulhosamente. Por outro lado sinto-me um atrasado mental por não ter habilidade em mentir. Tenho extrema prequiça mental em mentir. Como um dia dizia o António Feio e o José Pedro Gomes, mentir dá imenso trabalho. Ao contrário deles, sou péssimo a representar.
Quando vejo o Carlos Cruz na televisão a defender a sua inocência de abuso de menores, aquilo não me cheira. O homem não é convincente. Mas que raio, o homem não era actor de telenovela mas era um apresentador de televisão.
Quando ele foi acusado (julgo que em 1983), lembro-me muito bem quando o vi na televisão. Numa mini-entrevista, provavelmente num telejornal, em que chorava com esta injustiça. Quando o vi nessa figura, com as suas palavras, com a sua expressão, pensei imediatamente
Bolas, é culpado.
Ou seja, eu aposto que o homem é culpado. Quem aparece daquela maneira na televisão e chora daquela maneira, a justificar-se, está com a consciência a acusar. Isto é como aqueles burlões que usam um discurso do género:
- Atenção, isto não é burla nenhuma, isto é um negócio sério. Andam por aí muitos aldrabões, mas eu não sou aldrabão!
Ainda bem que me avisa porque nem sequer me passou isso pela cabeça.
Não sou omnisciente, e por isso dou 5% de dúvida à culpabilidade de Carlos Cruz e dos outros condenados. Das declarações que vi ontem, só uma me deixou na dúvida. Um dos condenados dizia, em jeito de dor serena:
Mesmo que tivesse sido absolvido, serei sempre conhecido como o homem que abusou de determinada pessoa.
Não quero condenar o que desconheço e reconheço que a justiça portuguesa fica mais super bem vista com a condenação, neste caso da Casa Pia, do que ficaria se absolvessem toda a gente. Lá estariamos todos nós a dizer:
- Pois, é o país da impunidade. A culpa morreu pela infinitésima vez solteira, os tubarões safam-se sempre.
Colocando-me no lugar de um condenado injustamente no caso Casa Pia, como reagiria eu? É fácil falar quando se está de for a, mas faço esse exercicio de imaginação.
Chegam uns 10 jovens, que eu nunca vi, e dizem que eu abusei deles num lugar onde nunca estive. É caso para exclamar, esquecendo toda a educação:
- Foda-se !!!!!!!!!! Estes gajos andavam a tomar LSD quando viam o 1, 2, 3 ????
Para isto tudo bater certo, realmente para eu praticar actos que nunca cometi em lugares em que nunca estive, só mesmo com pessoas que eu nunca vi, ou pessoas que nunca existiram. Estes acusadores existem mesmo? Eu achar-me-ia na quinta dimensão, ou Twilight Zone.
Explicar esta situação, tem duas saídas:
Não faço a minima ideia do que se está a passar, eu não tenho inimigos, porque raio aparece tanta gente a incriminar-me. Será que me estão a confundir com alguém? E se eu servisse de cristo para encobrir outros, porque raio me escolheriam a mim? Foi tirado à sorte, estavam a ver o 1,2, 3 quando pensavam num nome? Ou será que andei estes anos todos enganado e tenho inimigos?
Eu tenho inimigos. Será que é uma estratégia deles? Quem são eles. Eles estão ligados aos menores abusados.
Porventura os condenados já disseram coisas parecidas com estas, não sei, não os vi.
Poderá ser natural que os acusados, sintam uma injustiça tal, que ganhem raiva aos miúdos da Casa Pia que testemunham contra eles, ao invés de mostrarem alguma simpatia. Mas, não seria elevado, mesmo no banco dos réus, mostrar alguma compaixão pelas vitimas infantis de abusos sexuais? Não seria natural ver, da parte dos réus, repugnancia por este tipo de crime e sentirem-se para lá de chocados em serem acusados desta aberração?
Bonito seria ver um acusado a mostrar compaixão pelas vitimas e pedir publicamente para dizerem a verdade e perguntar porque o acusam a ele.
Do que eu me lembro, após a condenação, há uma coisa que me pareceu que mais que um condenado disse e não soou bem. Quando um condenado do processo Casa Pia alegava a sua inocẽncia, acrescentava que nenhum dos outros 5 condenados também era culpado. Que raio. Mas como podem eles afirmar tal coisa? Que certezas têm eles? Até dá a impressão que estes acusados eram já muito amiguinhos entre si. Dizer que os outros também não são e não o justificar, soa muito mal.
Só vejo aqui uma lógica: estamos unidos contra o inimigo comum: os miúdos. Mas isto é a lógica da peixeirada. Pessoas com a formação destes gajos, apenas poderiam afirmar coisas como:
- Também não acredito que os outros acusados sejam culpados, porque acho que eles estão a mentir em todos os casos, não têm credibilidade.
Dá uma impressão de corporativismo, lobby, de gente que afinal se cruzava naqueles meandros, conhecendo-se assim. Isto leva à frase mais estupida de toda esta telenovela televisiva, quando um certo senhor, em defesa de Carlos Cruz, afirmou publicametne:
- Se Carlos Cruz é pedófilo então eu também sou.
Mas que palhaçada é esta? Que idade tem o homem que proferiu esta idiotice? Quem é que consegue numa só frase incriminar alguém e a si próprio ao mesmo tempo? Não seria mais simples dizer:
- Eu e o Carlos Cruz somos pedófilos e até estamos juntos nas festas.
Ao defender alguém sobre este assunto, o máximo que se poderia dizer acho que seria:
- É impossivel o senhor Carlos Cruz ser pedófilo, já o conheço há 50 anos.
Outro aspecto é o Argumento de Carlos Cruz em que ele foi acusado para encobrir outros tubarões. Ele disse isso porque lhe disseram, sem mais nenhum pormenor, que era o que se estava a passar? Afinal, que conhecimentos tem Carlos Cruz sobre este caso? Carlos Cruz, além da sua inocência, sabe mais sobre a Casa Pia do que sabe a Justiça Portuguesa? Ou seja, gostava de ver Carlos Cruz como testemunha deste caso.
Carlos Cruz é uma pessoa que está completamente a leste da Casa Pia, vivendo um episódio completamente surreal? Ou, até por se ver forçosamente incluído neste processo, por via de uma acusação falsa, foi adquirindo informações sobre este sub-mundo da pedófilia, ao longo destes anos todos?
Se Carlos Cruz sabe quem são os Tubarões que ele próprio está a encobrir, porque não põe a boca no trombone? Será que está com medo que lhe ponham em cima processos de difamação? Acha que há coisas piores do que ser condenado por fazer sofrer cruelmente crianças ou que as coisas podem sempre piorar?
E se ele teme pela sua familia, e as consequências que a sua filha de 8 anos pode sofrêr (entendi que em termos de imagem, de sociedade), que coisas são essas que ele não explicou? Ou será que existe coisa pior para uma criança na escola do que ser chamada de filha de pedófilo?
Ou há muita coisa que a comunicação social omite? Bem, reconheço que à comunicação social interessa que haja culpados.
Aqui segue a Canção Face to Face, dos GoodBye Mr. Mackenzie, com a letra original e a minha tradução livre.
Raped three times, raped three times Violada 3 vezes, violada 3 vezes
By the boys from the pub Pelos mens da tasca
With their daytime jobs Com os seus trabalhos quilhados
You know they need to unwind Sabes que eles precisam de desopilar
Mother always said be a good girl Minha mãe sempre disse: porta-te bem
Don't push your luck Não te estiques muito
Don't get to low cut Não uses um decote
But it's a pushy world Mas é um mundo fodido
So if you've got it Então, se o tiveres
Flaunt it Mostra-o com toda a lata
Because the cameras and bright lights Porque o público e as luzes….
They all want it Toda a gente quer
In silence she sits Ela senta-se em silêncio
With the scars on her wrists Com cicatrizes nos seus pulsos
Shes never alone Ela nunca está sózinha
Those laughing eyes Aqueles olhos às gargalhadas
Make her clench her fists Fa-la cerrar os punhos
For the blood and the sperm O Sangue e o esperma
Still run down her leg Ainda escorrem pela sua perna abaixo
Like it did that night Como aconteceu naquela noite
And the sick on the pavement E os sei lá
Is still in her hair Continua no seu cabelo
Her mind is scarred and her body torn A sua mente e corpo despedaçados
Her life is fear and very soon A sua vida é medo e muito cedo
A scab is born Uma crosta vai nascer
They acquitted the case Eles fecharam o caso
Congratulations all around Parabéns a todos os fodilhões
And the judge and the barman say E o juiz e o tasqueiro dizem
If it happened then she must have been Se aconteceu, ela deve ter
Asking for it estado a pedi-las
She was asking for it Ela estava a pedi-las
said she must have been asking for it. Ele deve-as ter pedido
Eu sei que uma sociedade justa, sem classes, com a ideia comunista (e cristã) de que todos os homens são iguais, é uma utopia. Não posso deixar de defender a justiça.
Não acho justo que a minha profissão seja melhor paga que muitas outras. Se por um lado dá-me gozo, por outro lado lamento haver profissões tão dignas como a minha a serem pagas como se valessem um terço. Se dissesse isto a este Partido Socialista Socrático, no poder, eles logo íam tomar a medida iluminada de baixarem o meu salário para o salário das profissões mal pagas.
Cada profissão tem o seu valor e as pessoas devem ter brio e orgulho no seu modo de vida. Senão fosse a minha profissão não haveria Multibancos, telemóveis, internet e outras coisas que facilitam a vida das pessoas.
Então, e construír uma casa, trabalhar nas obras? Experimentei 10 dias de trabalho em remodelar a minha casa, e passei um mau bocado. É duro, stressante, dá um cabo de trabalhos enorme, e… estamos devotados para aquilo que é nosso.
Graças a esta experiência, comecei não só a dar valor a este tipo de trabalho, como tive o bom senso de extrapolar, e respeitar mais todos os outros.
Pese embora o mercado da oferta e da procura, porque há-de um médico, politico, engenheiro ou advogado ganhar mais que um professor, trolha, enfermeira, estafeta, ou educadora de infãncia?
Maria abre processos, leva gente a tribunal sem provas que bastem, com motivos ridiculos que nenhum outro levaria a sério.
Para quê? Porquê? Ora, para adquirir protagonismo. O país não vive sem futebol, um mercado de milhões. O país não pode com o FQP. O país não pode com o Pintinho. O país não pode com o Valentão. Nada como atacar o que as massas odeiam.
Então, seria só show-off. Só fumaça para o povo. O povinho pensa: afinal a justiça em Portugal funciona !!! Há uma esperança! Pintinho irá para choldra, finalmente. A justiça existe em Portugal. E ela chama-se Maria! Ah, grande mulher! Uma verdadeira mulher de armas, destemida. E até foi buscar outra mulher de armas, a Carolina ressabiada.
E mal sabe o povinho que é só fumaça inconsequente. Que mal há elementos para esta algazarra toda. Que escutas telefónicas são coisas apenas dignas de passarem no gato pestilento. Ou seja, é quase impossivel sequer fazer arguidos, a não ser com abuso de poder e adulteração de leis.
E não é que resultou !!! A Maria foi promovida. Foi tão boa no trabalho que agora foi chamada a outro caso grave e bicudo na CAPITAL! O PragaCasos. Ah, grande mulher.
Da mesma maneira o Rui Ribeira sabe que provocando a antipatia a meia dúzia de fanáticos do FQP, está a agradar a milhões de anti-portistas !!! Este gajo vai longe, olhem o que vos digo. Pena é ainda ter a pronúncia do norte muito acentuada. Mas isso resolve-se.