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Quinta-feira, 7 de Julho de 2011

Sem Fé

            Os Faithless foram um dos meus grupos POP favoritos. Excelente música electrónica, grandes letras e um vocalista com uma esmagadora presença nos palcos e nos vídeo clips. O vídeo clip do “God is a DJ” é uma obra-prima, a música, a letra e o mini-filme formam um todo que se torna um verdadeiro Hino à… Música. Algo a tocar o sublime. Grande homenagem a esta arte que nos leva mais perto dos deuses e do transcendente.

            De resto, “God is a DJ” é talvez a única música da qual não me consigo fartar.

 

            Depois, os Faithless desapareceram das luzes da Ribalta, como a maior parte das estrelas POP.

            O nome do grupo contém uma certa ironia, na minha opinião. Interpreto que o nome Faithless, que se pode traduzir para “sem fé”, foi escolhido para alertar as pessoas para a crescente perda de fé da humanidade. A mensagem deste grupo é precisamente alertar para a falta de fé e falta de valores vigentes, e tentar transmitir conteúdos com valor.

 

            Já em declínio, no seu 4º álbum, os Faithless lançam o Hit “Mass Destrucion”, em plena moda das “Armas de destruição maciças”. O Hit foi muito fugaz, não pegou, apesar de ter uma boa batida e ser dançável.

            Traduzo parte da letra desta canção:

 

            “Quer seja uma arma de longo alcance ou uma bomba suicida

             Mente perversa é uma arma de destruição maciça

             (…)

             Desinformação é uma arma de destruição maciça…

             Racismo é uma arma de destruição maciça…

             Medo é uma arma de destruição maciça…

             Ganância é uma arma de destruição maciça…

             (…)

             Inacção é uma arma de destruição maciça

             Inacção é uma arma de destruição maciça

             Inacção é uma arma de destruição maciça”

Segunda-feira, 27 de Setembro de 2010

Chico, tu compreendes-me

É curioso que o poema que eu considero mais erótico-romãntico, da perspectiva da mulher, que é, provavelmente, o preferido das mulheres lusófonas, tenha sido escrito por um homem: Chico Buarque. É o poema e canção O Meu Amor.

 

Está a pegar nessas canetas, quero as próprias a descreverem o que sentem. Onde está a criatividade?

 

E já agora… quantos episódios de “O Sexo e a Cidade” foram escritos por homens?

Sábado, 24 de Julho de 2010

Podem os Incrédulos ser Ingénuos?

Robert Forster, um dos melhores escritores de canções da pop, elemento dos Go-Betweens, escreveu as seguintes palavras, na sua carreira a solo:

 

Quando eu era jovem, tonto e ingénuo

pensava que não havia mulher no mundo para mim

Mas agora mudei de ideia

Eu tenho procurado por alguém, pensava que era em vão

A festa acabou e ela apareceu”

I've Been Looking For Somebody (album “Danger in the Past”)

 

publicado por antiego às 22:22
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Sexta-feira, 14 de Maio de 2010

O Trambolhão do Pedrito

O obreiro caiu mas a obra não. Aliás, fazer obra, erudidamente: obrar, é das coisas que este artista melhor sabe fazer. Desde pérolas como “Assim não dá, queres fazer amor comigo sem tirares o Wonderbra” até ao novo hit “fazer o que ainda não foi feito” que mais parece um plágio ao Jorge Palma. Este Artista melhorou bastante, nesta ultima canção não é que ele se atreve a cantar mesmo!

O Pedro apresenta-se como que um Artista plástico e diz coisas que soam muito bem. Estamos, é evidente, na presença de o Artista intelectual mor do nosso país.

Mas… uma réstea de humildade, o Artista também é humano

 

Não é que o Pedro Abrunhosa deu-se ao trabalho de escrever um testamento sobre o seu trambolhão! Mais uma vez, pior a emenda que o soneto. Ok, os génios têm destas coisas, uma disfuncionalidade qualquer que os torna grandes.

Vejam Pedro, o Eloquente, em:

 

O Trambolhão

 

Aqui podem ver como um Hamlet Lusitano acusou a sua tragédia! O

eminente criador destilou ódio e rancor pelos milhares de adolescentes que reinaram dele. Só faltava não gostar de crianças e flores. Em resumo, a sua resposta é:

 

- Sim, eu também sou humano e obedeço à lei da gravidade, mas já ganhei binte discos de platina e o meu novo disco vende como roscas. Sim, podem ter-se rido de mim e terem espalhado o meu ridiculo pela internet, mas eu, EU, sou melhor que todos vós juntos! Eu sou um rei da pop, vocês são uma merda e hão-de ser a vida inteira!

 

Vê-se na sua resposta ofical ao trambolhão, que ele é o grande mártir da mesquinhez nacional. Esta publicação é a sua vingança, a sua sublimação de ter sido alvo de chacota Lusitana. Só faltava convocar uma conferência de imprensa.

 

Uma queda no estrado, uma gargalhada estridente, um prato partido na cantina, umas palmas no ar, uma aluna que tem o periodo no meio da aula, o chato do colega de trás que não se cala, uma réguada que doi não na palma mas na alma (é preciso ter palma não dar o TPC pela alma), um vidro quebrado, um setôr gozado, um corredor de rasteiras, uma borracha de asneiras, uma cabeça rachada, uma bola que… ninguém me PASSA!


O homem deve ter tido pesadelos, vendo-se num auto da fé, não a ser queimado, mas a ser gargalhado até à morte. O gajo diz que as pessoas viram e reviram a sua queda, tendo extases multiplos com essa visão.

Meu caro, ninguém perdeu tanto tempo contigo, a não ser os infantes das escolas secundárias. Não andam 10 milhões de pessoas a pensar 8 horas em ti e as outras 16 horas a rirem-se.

Pedro, não havia necessidade de reagires assim, foi um exagero. Passaste-te da cabeça. Não era preciso acusar tanto o toque, feito um adolescente com um embaraço social atroz de ficar corado perante uma turma inteira.

 

Dúvidava que o pedro tivesse um blog. Mas será que ele tem algo para dizer? Tem, sobre trambolhões.

 

Agora vou-me armar em Bobone e dizer o que fazer nestes casos. Se dás um trambolhão, o ideal era seres mesmo um gajo cheio de humor e rires-te de ti próprio. Rias-te genuinamente, dizias umas graçolas espontâneas e não se falava mais nisso. Aliás, se fosses uma grande estrela, saías tão airosamente do hipotético embaraço, que as pessoas iriam-se rir tanto da queda como da tua atitude.

 

O problema é que eu e tu, não temos grande presença de espirito. Acusamos o embaraço do trambolhão. Que fazer? Dar um sorriso amarelo e dizer uma graçola cliché qualquer como:

- Maldição, quase que caía.

 

E depois, não falar mais nisso. São coisas que acontecem. Ah, esquecia-me, depois nas entrevistas toda a gente nos vai falar nisso. E tanto mais vão falar quanto nós acusamos o toque. Preparar uma ou duas respostas curtas e até fazer como o Pedro no Herman 2010 – mudar rapidamente de assunto. Não tem importancia.

 

Agora, eu caír perante milhões de espectadores e achar que não hão-de haver uns milhares que se vão rir à fartazana e falar a semana inteira sobre isso, é achar que eu sou uma figura tão reverente que toda a gente deve é lamentar o facto como se eu fosse um Papa Octagenário que desse uma queda em solo que acabara de benzer.

Segunda-feira, 12 de Abril de 2010

Como ser famoso e manter-se famoso no mundo da Musica

Lança uma primeira obra que é um mega-sucesso, e realmente é uma coisa com relativo valor e sobretudo é original. No fundo, bem esprimido, é tudo o que tens a dar de novo e artistico ao mundo.

Tem uma boa imagem visual, criar uma imagem original, até gestos originais, por mais patéticos que sejam, as pessoas vão achar piada e reparar em ti. Como fazer para muitas pessoas não acharem a tua imagem e gestos ridiculos? Tens que ser bonito ou charmoso de um modo discreto, ou seja, não pareceres um betinho giro de uma boys band, mas um homem muito maduro. Tens que cuidar da tua imagem intelectual. Tens que ser um gajo de intervenção. Um tipo que se preocupa com os problemas do país e com a politica. Ao estilo do Sketch do herman José, um gajo que em palco diz “Fuck the President!”. Ou seja, um intelectual baril, cool, muito prá frentex, como os adolescentes gostam.

Dá entrevistas com aquele ar ponderado. Dá-as como a canção “Playback” do Carlos Paião. Em playback é que tu és alguém, mesmo que não tenhas nada para dizer, as pessoas vão ficar com a impressão que és um intelectual. Basta dizeres umas coisas que soem bem, com aquele tom que só tu tens o dom.

 

Depois, vai lançando um CD de 2 em 2 anos. Porquê de 2 em 2 anos? Porque é um processo que precisa de maturação. Tu fazes Arte, não és o Toy.

Atenção, muita atenção! Cada um desses CDs deve ter um bom hit. O resto pode ser uma boa merda, mas tem que haver um hit para ficar a impressão que andas a fazer alguma coisa.

Assim te vais mantendo à tona da vida artistica, ano sim nada fazendo, ano não a fazer merda. E toda a gente continua a achar que mais que um musico, tu és um génio artistico.

 

Hoje de manhã, a rádio deu-me grandes momentos com uma canção que tinha um refrão assim:

- Vais dar o salto, no bairro alto, vais dar o salto, no bairro alto.

No fim da canção, o apresentador da rádio comentou:

- E tenho a impressão que esta música também vai dar o salto.

 

Bolas, não exageremos, embora eu não aprecie o génio do Pedro Abrunhosa, isto não é um Hit.

Será Pedro Abrunhosa um cantor pimba intelectual ou um cantor intelectual pimba?

publicado por antiego às 11:00
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Sexta-feira, 8 de Janeiro de 2010

O pequeno Eros

            Nestes idolos que se iniciaram em 2009, o Manuel revela-se o juri mais iluminado. Mais que uma vez as apreciações do restante júri se modificarem após o Manuel falar. O restante júri, que ainda não se tinha pronunciado, acaba por se ver iluminado pelo Manuel, e copia-o na critica. Aliás, já vi isto a acontecer noutros concursos televisivos.

 

            Contudo, na ultima sessão, o Manuel acabou por ter a atitude mais estúpida, também, e por sinal, quando divergiu do todo o restante júri, que já tinha opinado.

            Bem, o homem passou-se da cabeça, perdeu o controlo, foi londe demais.

            Foi após a actuação do Carlos Costa, aquela em que o concorrente resolve ir cantar para o meio do público. A Brasileira, o elemento simpático do júri, adorou, como era de esperar. Os outros dois, à sua esquerda, aplaudiram mas com uma grande dose de ironia. Um deles pintou bem a situação “passou por aqui um Tsunami”, mas deu uma alfinetada no rapaz de 17 anos com um “Isto é que um um idolo precisa de ter”. Como quem diz a uma mulher pintada com muito mal gosto e com ar de vaca “Parabéns, tu és a prostituda ideal!”.

 

            Para quem não viu, o meretissimo juiz Manuel desancou no Concorrente Carlos Costa. Ora, o Carlos é o queridinho do público. O público não gostando que dissessem mal do seu menino, como era de esperar a 100%, assobiou. O Manuel não gostou das assobiadelas e passou-se dos cornos a atirar para todos os lados, e estava a ver que aquilo não parava.

 

            Quando o Manuel tomou a palavra, cometeu vários pecados. O pecado do Orgulho. Quiz se afirmar, sentiu a necessidade de ser único, vincando uma opinião completamente contrária a todo o júri e público. O Manel quer ser o Idolo. Devia-se lembrar que está ali para eleger um. Foi prepotente e paternalista mandando calar o Carlos, quando este ía responder naturalmente - “Ei miúdo, cala-te aí, que agora falo eu. Tens mais é que me ouvir, que eu já ando aqui há muitos anos”. Cometeu o pecado da Ira. Irou-se com o Carlos, irou-se com o público, se calhar com a sua própria vida.             Cometeu o pecado daquele que se considera impune e foi uma vitima virgem violada - Entrou naquela discurso pateta de que “estamos numa democracia, eu tenho direito á minha opinião”. Meu amigo, isto é um concurso do povo. Tu criticas um concorrente, mas o povo não te pode criticar a ti? Ó meu, tu estás no show-bizz, já és demasiado grandinho para não aguentares que o público se manifeste. Daqui a bocado estás como aquele jogador de futebol do Sporting que aconselhou os adeptos que assobiaram a equipa, a ficar em casa.

           

            Olhemos agora para a critica do Manel. O Manuel detestou a actuação do Carlos. Chegou mesmo a dizer, não no calor do seu discurso louco, mas uma meia-hora depois, já mais para o fim do programa, que tinha sido a actuação que menos tinha gostado.

            Tudo bem. Mas a única razão que apontou para o seu grande descontentamento foi: a seleção musical do Carlos. O Manuel acha que todo o conjunto de musicas que o Carlos escolheu Cantar, é foleiro. O gajo deu-se ao trabalho de parafrasear esta sua opinião. “A música que escolhes é foleira, em brasileiro diz-se Brega, em num sei quê diz-se... blá blá”.

            Curiosamente a única música que o Manuel diz ter sido a excepção àquele vendaval de foleirice, foi uma do Michael Jackson. Foda-se! Realmente, como é que um foleiro é capaz de selecionar uma música de um autor de criações tão elevadas.

 

            Neste concurso é importante as musica que se escolhem cantar na medida em que há umas de mais dificil ou fácil interpretação. Se o concorrente escolhe uma canção de fácil interpretação, o júri não poderá avaliar da potêntica da sua voz.

            O Júri não deve olhar ao gosto musical do concorrente. É dificil, eu sei, mas deve-se abstrair se gosta ou não da musica. O que há a avaliar é o performer. A sua voz, as suas expressões, a sua roupa, a sua imagem, a sua dança, a sua graça.

            O Júri profissional deve-se abstrair da suposta qualidade da musica original. O público já não se abstrairá. Daí, que nesta fase em que o público vota, é importante escolher o tema musical em função dos gostos do público. Daí que estou certo que a razão da eliminação do Salvador prende-se a ele ter escolhido uma canção muito chocha do Rui Veloso - “Jura”. Mais valia ele ter escolido um “Não há estrelas no céu”. Os Idolos é um concurso mais para o festivaleiro. De referir que acho que o Salvador também se queimou quando teve aquela tirada arrogante, que até atacou um membro do júri “O Rui Veloso iria dizer que a minha versão era melhor que a dele”.

 

            Eu estou com o Manuel, aliás, eu digo pior que o Manuel. A seleção musical do Carlos está nos antipodas da minha, e muito menos o Michael Jackson se safa. O Carlos devia levar uma grande ensaboadela de boa musica, todos os dias, antes das refeições.

 

            Se me apetece vomitar ao ouvir as musicas que Carlos gosta ou escolhe, é irrelevante. O que interessa é que o Carlos Costa não é o melhor Idolo desta edição... ele é o melhor Idolo de sempre do concurso Idolos, em Portugal.

 

            O Tipo é portentoso em palco. O gajo irradia luz. Ele é um pequeno Eros. O gajo canta com emoção, é ele próprio, vibra, faz vibrar o público. É energia vital.

            A maior prova de que ele é o melhor, é que ele consegue me fazer gostar de musica que eu detesto, porque as suas interpretaçãoes e actuações são de fazer render o público, a mim inclusive.

            Eu, que sou um gajo que com a sua dose de snobismo, geralmente faço questão de demarcar do gosto banal popular, congratulo-me ao reparar que, desta vez, eu e o povo temos o mesmo gosto e o mesmo entusiasmo. O Carlos é uma estrela. Só é pena é que não goste de boa musica. Mas com 17 anos ainda se pode endireitar e ver a luz.

 

            Qual é o problema do júri com ele? Bem, desta vez vou ser um cliché, e daqueles milhentas vezes já batidos: Inveja.

 

            O Júri não suporta o Carlos por inveja, porque se apercebe que o puto arrebata o público e que é, lá no fundo, mesmo bom. E também há uma boa dose de homofobia nesta aversão do júri ao Carlos, mormente do júri que fica mais à esquerda. O tal que o acha irritante e que ele é muito estrogénico em palco.

 

            O Júri farta-se de dizer que o concurso é para eleger um Idolo Pop. Qual é a dúvida? Pop é alegria, é dança, é espetáculo em palco. Se fôr só voz, prefiro comprar o CD.

            Achei também demasiado injusto o Júri ter afirmado que o Carlos usa uma estratégia. Ou seja, tudo aquilo que ele faz... tenham cuidado, é com um grande calculismo, tudo programado. O Rapaz é um crápula calculista. Aquela subida ao anfiteatro para cantar no meio do público... é pá, já ando aqui há muitos anos, foi muito bem premeditado.

           

            Bolas, não está na cara do moço! Aquilo é natureza pura. Parece-me um tipo bastante espontaneo e natural, e não acredito que um grande artista de palco não o seja. Também simpatizo com o ar doce que ele tem, o que a outros pode repelir, por homofobia.

 

            O Cúmulo de “ O Júri há-de acabar com a raça aberrante de Carlos” atingiu-se quando um deles, ao aperceber-se que ele é o mais sério candidato à vitória, acusou esse esse medo pavoroso iminente, referindo qualquer coisa como seria a maior injustiça se ele ganhasse.

 

            O Bem de um, o Carlos, pode ser o mal de outros, o Júri.

 

            Muitos talentos se perdem, até porque azares há muitos. Carlos Costa pode fazer uma excelente carreira como cantor, seja ele homossexual ou não. Mas o problema será este: ele também é capaz de criar novos temas?

Quarta-feira, 9 de Dezembro de 2009

Fado Tropical

Relativamente ao ultimo artigo, que fala sobre os analistas de obras de arte, lembrei-me do programa Atlantico. Era um programa giro que passou na TV, há uns anos atrás, apresentado pela Eugénia Melo e Castro que, em cada sessão, reunia um cantor português e um Brasileiro. Lembro-me, por exemplo, de gostar de ver Juntos o Paulo Bragança e o Ney Matogrosso. Acho que este duo foi muito bem escolhido, têm a ver um com o outro e fizeram um dueto interessante.

            O Hino desse programa podia muito bem ser essa lindissima canção que é “Fado Tropical” do Chico Buarque.

            Lembro-me de uma análise que uma artista fez dessa canção, no programa, e de como fiquei tão desconsolado com essa paupérrima interpretação da canção.

 

Fado Tropical

Chico Buarque

Composição: Chico Buarque/ Ruy Guerra

 

Oh, musa do meu fado
Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril

 

Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou


Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

 

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

 

Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical


E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo


Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

 

"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa"

 

Guitarras e sanfonas
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo


E o rio Amazonas
Que corre trás-os-montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo


Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial

 

            Ora bem, esta canção é uma sublime fusão entre Portugal e Brasil.

            A referência ao império colonial ou imenso Portugal, eu interpreto-a como a Infãncia perdida dos portugueses (a perca do paraíso, da felicidade). Esse sentimento nostálgico que nos acompanha de termos sido grandiosos e de o termos perdido o protagonismo do mundo. E claro, o sonho da nostalgia, o sonho de voltarmos a ser grandes, o sonho de voltar ao passado, à felicidade da Infãncia perdida.

            Obrigado Chico, pelo sublime retrato que fizeste da alma Lusitana.

Segunda-feira, 9 de Novembro de 2009

Sorte Cedo Demais

            Há canções pelas quais nos apaixonamos e ficam a fazer parte de nós. E essas canções são tão ricas que acontece passarem anos até nos apercebermos que elas têm outra leitura. Podem passar anos e eureka! Conseguimos compreende-las melhor, descobrindo uma nova interpretação, com algo que vimos ou vivemos no mundo real. São canções que são um tratado e uma lição de vida.

            Uma canção não se pode chamar canção senão tiver uma boa letra.

            Descobri os Pulp quando fui viver para Inglaterra. Boa batida, bom pop Alternativo, nem considero a voz muito boa, é normal. Letras muito bem escritas e aquela enignmática recomendação em todos os CDs:

- Não leia as letras enquanto estiver a ouvir as canções.

 

            È um grupo que tem a preocupação e sabe que tem boas letras.

            Uma das emoções que os Pulp cantam muito é a obessessão. Ela é relatada, por exemplo, em Countdown. É uma história ofegante de um rapaz que procura a sua ex namorada. É uma canção Come back to me/I Want you back  ou, como dizem os GNR, I want your back. Só que gajo está completamente flashado, já a procura por tudo quanto é Reino Unido e a coisa era para ontem. Mais grave só o Jay-Jay Johanson, que só por uma troca de olhares, apaixona-se e procura uma gaja pelo mundo inteiro em Jay Jay JohansonMilan, Madrid, Chicago, Paris.

 

            No refrão, ele canta esta frase:

 

Time, of my life, oh I think you came too soon.

 

            Qual é a coincidência com a vida real? É um gajo conhecer demasiado cedo a mulher ideal. Imaginem-se com 17 anos e a vossa primeira namorada é uma rapariga de sonho. Querem casar com ela? Toda a gente diz que somos uns bébés para isso. E se tiveres 24 anos? Eina, tão cedo, só uma namorada… quero conhecer mais do mundo, sou muito novo para me enforcar. Que raio de Curriculo, Namoradas: uma. O mais engraçado é que como tive só uma namorada, naturalmente imagino que todas são assim.

            Vou partir, quero conhecer mundo, o futuro a deus pertence, isto há-de aparecer outra namorada, talvez melhor. É tempo de circular. Também já estava a ficar farto, até tem a sua piada.

 

            É uma questão de saber dar valor.

 

I've got to meet you and find you and take you by the hand oh my God my God
You've got to understand that I was seventeen

 

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Sexta-feira, 6 de Novembro de 2009

Quem tem medo de Baladas?

            As rádios e muitos programas do audio-visual seguiram a receita do Herman José: convidar cromos.

            Já ouvi 2 entrevistas do José Cid na rádio. Na ultima, na Antena 3, fiquei siderado com o nome do novo album do artista: “Quem tem medo de Baladas”. Desmanchamo-nos a rir, compulsivamente, só com o titulo.

            Não há palavras. Ando eu aqui a esforçar-me para sacar uns risinhos aos internautas e chega um gajo, depretensiosamente, com a sua esmagadora naturalidade e espontaneidade, e com um simples “Quem tem medo de Baladas” remete-me para a minha mediocridade. Estamos perante, claro está, um génio do humor.

            É o que eu digo: mais vale caír em graça do que ser engraçado.

 

            De resto, devo declarar que eu gosto do José Cid. Ou seja, eu gosto das canções do José Cid. Fizeram parte da minha infãncia, e continuo a curti-las.

 

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Quinta-feira, 5 de Novembro de 2009

Fórmulas ganhadoras na Arte e Criação

            Houve um comentador que se insurgiu contra o meu artigo sobre os Virgem Suta. Defendia vivamente os Deolinda. Nunca se deve menosprezar o entusiasmo. Fui ver ao youtube, dar uma melhor oportunidade. Foi só para confirmar a minha ideia, infelismente.

            Lá apanhei uma canção menos alegre: “Clandestino”. Parece mais uma imitação dos Madredeus, com um toque de Trovante. O resto é a tal banda-palhaço – óptima para crianças como diz a minha gémea. Custa-me a imaginar que os próprios Deolinda acreditem no seu projecto.

            O fado quanto mais triste melhor. Já adorei o fado de Coimbra. Gostei muito de Amália, mas nada daquele fado alegre de Lisboa – parece meio pateta.

            Nada mais deprimente do que fado alegre.

 

            Será que é moda este formato de grupo? Uma mulher despeitada a cantar rodeada por 4 gajos com ar de manfios da night? Deolinda e Oquestrada, agradam-me mais estes ultimos.

            Está a acontece demasiada imitação para o meu gosto. Há aqueles Peixe-avião que mais parecem os RadioHead porugueses, numa linha de vocalistas que cantam como se tivessem à beira do doce suicidio.

            Há uma produção nacional que cria uma personagem que se vai apaixonar por um vampiro. Imitação evidente do que está a dar na cinemotagrafia americana: amores entre vampiros, mortais e lobisomens, como são os filmes Twilight (Crepusculo) e Underworld (a trilogia).

            Bem, mas o cinema português imitar o estrangeiro já é coisa mais que antiga, bem como telenovelas nacionais imitarem as fórmulas de outras.

            Há uns anos atrás, os Mexicanos resolveram adaptar “O Crime do Padre Amaro”. Era uma adaptação do antigo romance aos tempos de hoje, no México. Logo depois, não é que há um iluminado português que resolve filmar o “O Crime do Padre Amaro” adaptado aos dias de hoje, em Portugal?

            Não há tempo a perder. Peguem é nas fórmulas ganhadoras.

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